Resgate da Folia de Reis marca a programação da festa do Santíssimo Salvador, padroeiro de Campos, que começou na terça-feira (1º) e segue até domingo (6). A Folia de Reis é uma manifestação cultural que marcou, por séculos, o município, mas que nas últimas décadas quase desapareceu. A proposta de resgatar essa tradição visa realizar atividades que promovam a reflexão sobre o assunto. Com exceção do 1º encontro de Folia de Reis de Campos dos Goytacazes — ponto alto da programação —, no domingo, todas as atrações acontecem no Museu Histórico de Campos (MHC).

A iniciativa do resgate partiu do Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes (IHGCG), tendo apoio da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL). Presidente do Instituto, a historiadora, escritora e professora Sylvia Paes realiza pesquisas, há décadas, sobre a Folia de Reis.

— Nos últimos 20 anos percorri o interior de Campos, como áreas da Baixada Campista e outros distritos, a exemplo de Travessão, Morro do Coco e Santo Eduardo. Nesses lugares, por décadas havia dezenas de grupos de Folia de Reis. Porém, todos desaparecerem, pois, quando os velhos mestres foliões morreram, as novas gerações não levaram adiante a tradição. Além disso, outros mestres que continuam vivos apenas pararam por conta de algumas dificuldades que surgiram. Hoje em dia, temos apenas um grupo, que é do Parque São José, cujo mestre é o seu Wesley Genazo — afirmou a historiadora.

Sílvia ainda comentou sobre a importância do resgate da Folia de Reis. “Essa manifestação faz parte do calendário natalino da igreja católica e é uma festa consagrada desde o período colonial no Brasil. Tivemos, em Campos, muitas folias, e isso devido ao nosso território, que é muito grande”, comentou.

A programação segue hoje, com o projeto Trilho das Artes, que consiste em exposição artesanal e comercialização e é desenvolvido pela Casa de Cultura José Cândido de Carvalho, com curadoria da gerente das casas de cultura da FCJOL, Vera Carvalho, das 10h às 18h; com a oficina “Confecção de estandartes da Folia de Reis”, com as artesãs Arlene José e Morgana Aguiar, das 14h às 16h; e com recital de piano com Ivan Glória, às 17h.

Sexta-feira (4), às 10h, acontece novamente o projeto Trilho das Artes. Às 17h, haverá a mesa de debate “Tradições culturais: Folia de Reis”, com o conselheiro estadual de Política Cultural da secretaria de Cultura, Bruno Costa, o também conselheiro estadual de Política Cultural da secretaria de Cultura, Wellington Cordeiro, a mestre em Políticas Sociais e professora Gisele Gonçalves, a vereadora representante da comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal, Joilza Rangel e o monsenhor Leandro de Moraes Diniz, da Catedral Diocesana de Campos, sendo que a mediação é do animador cultural e pesquisador de cultura popular Tim Carvalho.

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  Atrações acontecem no Museu Histórico

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  Atrações acontecem no Museu Histórico

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  Atrações acontecem no Museu Histórico

A programação de sábado (5) também começa às 10h, com o projeto Trilho das Artes. Também às 10h, tem o evento “Encontro com autoras campistas de livros infantis”, que conta com venda de livros e acontece até as 18h. Entre 16h e 18h, apresentação do sarau da Academia Pedralva de Letras e Artes.

No domingo, último dia da festa do padroeiro, também haverá, às 10h, o projeto Trilho das Artes e o “Encontro com autoras campistas de livros infantis”. Das 11h às 14h, a programação será marcada pelo 1º Encontro de Folia de Reis de Campos dos Goytacazes, com os grupos de folias regionais, e pela performance do “Presépio Vivo Itinerante”. Essa é a única atração da programação que não acontece no museu. Será realizada na praça do Santíssimo Salvador.

Ainda no último dia da programação, haverá, no museu, lançamento do livro “Meu Anjo Tem Um Nome”, de Rafael Martins, e apresentação musical dos cantores Brenno e Karine Mendonça, entre 15h e 18h, além da encenação teatral “Auto de Posse da Villa de Sam Salvador de Campos”, com os alunos do Curso Livre de Teatro da FCJOL, tendo direção de Dedé Muylaert.

História — A Folia de Reis é uma manifestação cultural religiosa festiva vista no Brasil como folclore e praticada por adeptos e simpatizantes do catolicismo. Também chamada de Reisado ou Festa de Santos Reis, a Folia de Reis é utilizada para relembrar a atitude dos Três Reis Magos, que foram à procura do esconderijo do Prometido Messias (Menino Jesus) para prestar homenagens e dar presentes. (J.H.R.) (A.N.)