Aldir Sales
24/07/2017 21:01 - Atualizado em 26/07/2017 18:01
O ex-vereador Albertinho (PMB) e o ex-secretário de Obras na gestão Rosinha Garotinho (PR), Edílson Peixoto (PR), conhecido como “o Trator”, foram condenados em primeira instância pelo juiz da 76ª Zona Eleitoral de Campos, Eron Simas, por envolvimento no “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição municipal. As sentenças foram publicadas no Diário Oficial da Justiça Eleitoral desta terça-feira. Com a condenação, os dois ficam inelegíveis por oito anos, tiveram os registros de candidatura cassados e todos os votos anulados. Cabe recurso.
Vereador da base do último governo, Albertinho obteve 2.395 no último pleito, mas ficou na primeira suplência da coligação PMB/PRB. Durante a fase de investigação da operação Chequinho, a casa de Albertinho, no Parque Presidente Vargas, em Guarus, chegou a ser alvo de um mandado de busca apreensão. Na noite de 7 de setembro, agentes do Grupo de Apoio à Promotoria (GAP) e fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estiveram no local e apreenderam anotações e outros materiais.
Já Edílson Peixoto foi barrado pela Justiça Eleitoral antes mesmo do pleito, que indeferiu sua candidatura baseado na Lei da Ficha Limpa, mas ainda cabe recurso da decisão. Peixoto foi secretário de Obras até o dia 31 de março de 2016 e está no centro de outras investigações, mas por possíveis irregularidades cometidas enquanto ocupava o cargo. O nome de Edílson provavelmente estará na lista de ex-secretários de Rosinha que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga o contrato da Prefeitura com a Odebrecht para a construção das casas populares do Morar Feliz, pretende convocar para serem ouvidos.
Além disso, o Ministério Público, a partir da investigação do promotor Fabiano Rangel, apura indícios de irregularidades na licitação para obras de pavimentação de ruas do Xexé, no Farol de São Thomé, orçadas em R$ 7,5 milhões, que geraram aditamentos sem novos pregões para a recuperação de calçadas na área central do município, entre o final de 2015 e 2016, sem a autorização dos proprietários dos imóveis ou da Câmara de Vereadores, o que é proibido.
Albertinho e Edílson Peixoto não foram localizados pela equipe de reportagem até o fechamento desta edição.
Recurso - O ex-governador Anthony Garotinho (PR) conseguiu, liminarmente, na última sexta-feira, um habeas corpus com a desembargadora do TRE Cristina Serra Feijó para a suspensão do prazo para a apresentação das alegações finais da defesa na ação penal em que ele é réu também na Chequinho até o julgamento do recurso pela Corte. No Diário Oficial desta terça, o juiz Ralph Manhães, da 100ª Zona Eleitoral de Campos, reconsidera sua decisão anterior, que mantinha a data da apresentação, mas voltou a afirmar que as novas diligências pedidas pela defesa são “irrelevantes e impertinentes”.