Reunião sem grandes novidades
20/07/2017 22:15 - Atualizado em 21/07/2017 15:41
Terminou, sem nenhuma medida concreta para solucionar a crise da segurança pública no Estado do Rio, a reunião do presidente Michel Temer (PMDB) e o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), na manhã desta quinta-feira, em Brasília. O único anúncio feito foi do aumento de efetivo de 380 homens da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e de 620 homens da Força Nacional de Segurança Pública. Porém, nos dois casos, o reforço já vinha sendo deslocado para o estado nas últimas semanas. Além disso, 200 homens da Força Nacional já estavam no Rio desde maio. Pezão, que interrompeu polêmica licença médica para ir ao encontro, disse que espera quitar os salários dos servidores até mês que vem. Enquanto isso, a violência continua fazendo vítimas. Também nessa quinta o filho do casal Garotinho, Wladimir, informou, em rede social, ter sido assaltado em um restaurante em São Cristóvão, e chegou a ficar com uma arma apontada para a barriga.
Após a reunião com Temer, Pezão demonstrou surpresa ao ser questionado sobre o fato de vários homens já terem desembarcado no Rio, inclusive com anúncios feitos pelos órgãos públicos.
- Eu não sabia - disse Pezão.
Salários - O governador Pezão afirmou que é possível colocar os salários dos servidores em dia no mês de agosto. O último salário pago foi o do mês de abril.
- A gente espera atualizar esses pagamentos dentro do mês de agosto – afirmou.
A normalização dos pagamentos do funcionalismo, conforme Pezão, será possível em razão da venda da folha de pagamento do estado e do empréstimo federal de R$ 3,5 bilhões, viabilizado a partir da venda da Cedae.
Pelo acordo em discussão entre os governos federal e estadual – mas ainda sem data para ser fechado – o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) repassará o dinheiro da Cedae (o valor exato ainda está em discussão) aos cofres fluminenses, em troca do controle da companhia estatal.
Depois de assumir o controle da Cedae, o BNDES vai preparar a privatização da companhia de água e esgoto do Rio. Caso o valor obtido com a venda seja superior ao pago pelo governo federal, a diferença deve ser repassada ao estado. O assunto será discutido novamente na próxima segunda-feira (24) com o ministro Moreira Franco e com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro.
Licença - Pezão também falou a respeito de seu polêmico afastamento para tratamento de saúde e a hospedagem em um SPA. “Eu não fui para um spa, eu me internei numa clínica médica. Eu precisava de tratamento. Eu saí de uma doença muito séria, um tumor muito forte. São oito tumores, saí do tratamento em outubro e, contrariando meus médicos, vim para a luta... Se eu não me trato, eu ia morrer. Tirei cinco dias. Nesses dois anos e sete meses, tirei três dias no carnaval (de 2016) que eu fui para essa clínica me cuidar e tirei agora cinco dias, isso desde quando eu estou no governo”.
Wladimir relata assalto no Rio
Filho dos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho (ambos do PR), Wladimir Garotinho (PR) relatou em seu perfil no Facebook que foi mais uma vítima da violência no Rio de Janeiro. Ele contou que dois homens armados entraram em um restaurante no bairro de São Cristóvão e levaram pertences de vários clientes. “Levaram meu telefone, meu relógio e colocaram a arma na minha barriga para me revistar. Apesar do susto, to vivo e é o que importa. Obrigado meu Deus pela proteção, o Rio de Janeiro tá ‘salgado’”, escreveu Wladimir.
Cotado como provável candidato a deputado em 2018, Wladimir é réu em uma das ações penais do “escandaloso esquema” da troca de Cheque Cidadão por votos. O juízo da 100ª Zona Eleitoral de Campos lhe impôs algumas medidas cautelares, como a proibição de manter contato com os demais réus e testemunhas do caso, com exceção do pai; de se ausentar de Campos por mais de oito dias sem autorização prévia da Justiça; e de frequentar a Câmara de Vereadores da cidade. Ainda de acordo com a decisão, o filho dos ex-governadores também é obrigado a comparecer em juízo mensalmente.
O assalto a Wladimir não foi o único ato de violência registrado nessa quinta-feira na capital do Estado.
João Marcelo Peres das Neves, 41 anos, foi morto com um tiro no rosto em tentativa de assalto na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, na noite desta quarta-feira. Ele saía do trabalho, no Barra Garden, em direção ao BRT quando foi abordado por dois bandidos em uma moto. Os bandidos teriam fugido sem levar nada. João trabalhava como coordenador de relacionamento do Medgrupo, especializado em ensino médico. “Lamentamos muito, os funcionários estão muito abalados”, disse Elizângela Gremião, supervisora da empresa em que ele trabalhava.
(S.M.) (A.N.)

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