O procurador da República Ângelo Goulart Villela continuará em prisão preventiva. A decisão é da presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Laurita Vaz. Villela é investigado a partir das delações da JBS sob a acusação de repassar informações sobre as apurações em troca de vantagens indevidas. Os fatos foram investigados na Operação Patmos, da Polícia Federal, deflagrada em maio.
De acordo com a ministra, “É deprimente e lamentável o registro de que um procurador da República, que é pago pelos cofres públicos justamente para fiscalizar e buscar o cumprimento das leis, ao que tudo indica, tenha aceitado suborno para ajudar criminosos, atrapalhando uma complexa investigação criminal, auxiliando uma organização criminosa a se esquivar de suas responsabilidades fiscais e criminais e oferecendo seus serviços para fins escusos”, decidiu a ministra.
No pedido de liberdade feito ao STJ, a defesa de Ângelo Goulart alegou que o procurador deve ser solto porque outros investigados foram beneficiados por habeas corpus concedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Foram soltos em 26 de junho, a irmã e o primo do senador Aécio Neves (PSDB), presos durante a operação, em maio.
Os advogados também alegaram que Joesley Batista, dono da JBS e delator nas investigações, disse desconhecer promessa de pagamentos mensais de R$ 50 mil para obter informações do procurador. (S.M.) (A.N.)