O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Jato, vereador Genásio (PSC), irá pedir ao Ministério Público Estadual (MP) cópia dos depoimentos que os executivos da Odebrecht Benedicto Barbosa Júnior e Leandro Azevedo prestaram em Campos, no último dia 26 de junho. A CPI investiga contrato da Prefeitura com a empreiteira Odebrecht durante a gestão da prefeita Rosinha Garotinho (PR). Nessa terça-feira, o vereador de oposição Thiago Virgílio (PTC) protocolou pedido para que o secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana do governo Rafael Diniz (PPS), Cledson Sampaio Bitencourt, seja convocado pela Comissão. Genásio adiantou que não vai considerar o ofício. “Não vamos aceitar pressões externas. De quem quer que seja. Aqueles que tiverem que ser chamados, o serão, no tempo certo e por decisão dos membros da CPI”, afirmou o presidente.

Segundo Genásio, é preciso saber tudo o que foi relatado pelos empresários, para entender e contribuir com as investigações.

— Assim como ao final da CPI, vamos encaminhar cópia ao Ministério Público. Tudo no tempo certo — afirmou.

Na reunião dessa terça foram distribuídos documentos entre os membros da CPI e nesta quarta acontece novo encontro para andamento dos trabalhos.

Sobre o pedido de Thiago Virgílio, protocolado no gabinete do relator José Carlos (PSDC), Genásio destacou: “Este vereador não faz parte da CPI. Ele quer pressionar e isso não vamos aceitar. O trabalho será feito conforme o estabelecido na Comissão. Não aceitaremos pressão de quem quer que seja. O ofício foi aceito por uma questão de transparência, mas será rejeitado. Aqueles que tiverem que ser chamados, serão, mas por decisão da CPI. Pessoas de fora não podem ditar como a CPI irá proceder”, explicou.

A CPI da Lava Jato, destinada a apurar possíveis irregularidades envolvendo a contratação da Odebrecht e a Prefeitura para construção do Morar Feliz. O contrato foi o maior já firmado pelo Município - quase R$ 1 bilhão, com aditivos.

No último domingo, a Folha da Manhã trouxe matéria mostrando que os dois executivos da Odebrecht estiveram em Campos e prestaram depoimento ao Ministério Público Estadual, em Inquérito Civil Público que também investiga o contrato.

Réu na Chequinho, o vereador Thiago Virgílio (PTC) disse que vai à Justiça para garantir uma vaga para o seu partido na CPI da Lava Jato. Ele também protocolou ofício nessa terça-feira, onde requer que o secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana do governo Rafael Diniz (PPS), Cledson Sampaio Bitencourt, seja convocado pela Comissão.

Virgílio sustenta que o atual secretário assinava projetos no governo Rosinha Garotinho (PR). Para o vereador é, “no mínimo, estranho” que quem participou dos contratos que são colocados sob suspeita pelo grupo político do prefeito seja parte da equipe administrativa. “Na gestão da prefeita Rosinha todos os projetos, medições de pagamento, relatórios fotográficos, tudo tinha de ter três assinaturas: do fiscal, do secretário de Obras e a do Cledson, que trabalhava à época na PCE Engenharia. Ele foi o responsável técnico e realizador dos orçamentos e planilhas do Morar Feliz”, disse.