Paula Vigneron
26/07/2017 14:54 - Atualizado em 27/07/2017 13:57
Familiares de Clayton Rosa Mendes, detento do presídio Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos, que teria morrido em um hospital no Rio de Janeiro na sexta-feira (21), aguardavam a chegada do corpo no Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta quarta-feira (26). O jovem foi detido no dia 23 de junho, suspeito de participação em tentativa de assalto no Parque João Maria usando uniforme de agente de endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). A família alega não ter sido notificada da transferência do detento e afirma só ter descoberto a morte de Clayton nessa segunda-feira (24), por meio da OAB/Campos.
No IML, a esposa de Clayton, Valéria Ribeiro dos Santos Rosa, contou que o marido foi detido no dia 23 de junho e que, dias depois, durante visita no Carlos Tinoco, percebeu marcas de espancamento em seu rosto. Para conseguir informações sobre a situação do marido no presídio, Valéria recorreu à Comissão de Direitos Humanos da OAB, sendo informada sobre a morte de Clayton.
A demora na comunicação do fato e no retorno do corpo a Campos revoltou a família e amigos, que se organizaram em uma manifestação no km 8 da BR 101, na noite dessa terça-feira (25). Galhos foram utilizados para colocar fogo na pista. Ainda não há previsão para a chegada do corpo a Campos. Familiares ainda não sabem a causa da morte.
Em nota, nesta quarta-feira (26), a secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que “quanto ao questionamento do interno Clayton ‘Rose’ Mendes, ele passou mal no fim de semana e foi levado para o hospital. Ele veio a óbito e a direção da unidade informou à família por telegrama. A causa da morte será informada pelo Instituto Médico Legal”. A Seap, no entanto, não informou para onde Clayton tinha sido transferido, o motivo da transferência e da necessidade de atendimento hospitalar e, ainda, em qual hospital do Rio ele morreu.