Mãos solidárias que acolhem
Marcus Pinheiro - Atualizado em 22/07/2017 17:52
Feijoada foi servida a moradores em nova ação
Feijoada foi servida a moradores em nova ação / Rodrigo Silveira
O maior medo do Adriano (Ferreira Machado) era o Instituto Mão Amiga acabar. O nome mudou, mas, o lema do projeto continua o mesmo: “resgatar vidas nas ruas de Campos”, informou a fundadora do Mãos que Acolhem, Simone Cristina da Silva, 46 anos. De acordo com a precursora da ação de caráter social e humanitária, que distribui aproximadamente 130 refeições todas as sextas-feiras, na praça São Salvador, em frente a Catedral Diocesana, no Centro, o projeto, ainda em fase embrionária, que conta com a participação de seis voluntários fixos, foi concebido para assistir à população em situação de rua, após o encerramento das atividades do Instituto Mão Amiga, no mês de maio, em razão da morte do presidente da associação, Adriano Ferreira Machado.
— Eu era voluntária do Adriano há cerca de três anos. E em todos os eventos que ele promovia, minha filha e eu, atuávamos no voluntariado. Após a sua morte, eu continuei com a obra que ele sonhou. Depois do falecimento, a primeira feijoada foi a irmã dele quem fez e em seguida, a família ficou de decidir o futuro do projeto. Então, o tempo passou e eu tomei a frente da ação social. Por questões legais, os outros voluntários e eu decidimos mudar o título do programa, antes nomeado como Instituto Mão Amiga, para Mãos que Acolhem. A gente sentiu direção de Deus para mudar o nome. Os moradores em situação de rua já estavam acostumados com ao nossa contribuição. Desta forma, não poderíamos simplesmente parar definitivamente com as ações — contou Simone.
Ainda segundo com a fundadora do Mãos que Acolhem, após a entrega dos alimentos, os moradores em situação de rua são ouvidos, aconselhados e, conforme disponibilidade, encaminhados para abrigos coletivos. “Nós conversamos muito com eles. É mais do que apenas distribuir alimentos, é olhar com empatia e solidariedade para o próximo”, disse ela.
No último sábado (22), o Mãos que Acolhem realizaram uma ação de coleta de doação de roupas e calçados, no Colégio Estadual XV de Novembro. “Regularmente realizamos eventos para arrecadar doações de calçados e roupas e distribuir aos verdadeiramente necessitados. Para quem pode e quer doar alimentos ou peças de vestuário é só entrar em contato através da nossa página na rede social (Mãos que Acolhem), ou por meio dos telefones: (22) 9 9839-3590 ou (22) 9 9915-8264, que buscamos as doações onde elas estiverem”, finalizou.
Morto por assistidos, Adriano fundou projeto
O agente social Adriano Ferreira Machado, de 47 anos, presidente fundador do Instituto Mão Amiga, foi assassinado a golpes de cavadeira, ferramenta usada na construção civil, dentro da sede da instituição, na rua da Paz, no Novo Jóquei, no último dia 8 de maio.
Segundo a Polícia, Adriano foi morto dentro do imóvel e arrastado para a obra, na parte externa. O carro dele, uma Brasília amarela, usada para distribuir comida para pessoas em situação de rua, foi usada para a fuga e para levar objetos de valor do local. No início da tarde desta segunda, o veículo foi encontrado, com alguns pertences da vítima, abandonado na estrada da Codin.
Os dois suspeitos do homicídio foram detidos cinco dias após crime. Na época, o delegado da 134ª Delegacia de Polícia (Centro), Geraldo Rangel, confirmou que o crime tratou-se de um latrocínio, ou seja, homicídio com objetivo de roubo. Ambos os suspeitos eram atendidos pelo projeto de Adriano.

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