Em meio a diversas denúncias da Folha da Manhã, quanto às falhas no fornecimento de energia elétrica em bairros de Campos, principalmente no centro, o Sistema Firjan divulgou um estudo mostrando que o serviço piorou no Estado do Rio, e especificamente na região Norte Fluminense, nos últimos cinco anos. De acordo com o levantamento “Retrato da Qualidade da Energia no Estado do Rio de Janeiro”, em média, os municípios fluminenses ficaram 25 horas sem energia em 2016. Na comparação com 2011, o tempo de interrupção no estado aumentou 10,2%. A média nacional é de 16 horas sem fornecimento. No Norte Fluminense, não foi diferente, o tempo de interrupção passou de 25 para 28 horas, um aumento de 11,5%. Campos, o maior município da região, registrou 33 horas de interrupção.
Cardoso Moreira foi o município com mais horas sem energia, 40 horas. Macaé, outro importante polo industrial da região, que concentra atividades do setor de petróleo, registrou 26 horas de interrupções em 2016, índice que gera prejuízos para a indústria local, em especial aquelas que utilizam mais equipamentos e maquinários tecnológicos.
O estudo, elaborado com base em indicadores da Aneel, aponta ainda que, em média, no Norte Fluminense o número de interrupções teve uma pequena redução no período, passando de 13 para 12 vezes. Quissamã foi o município que mais sofreu com a quantidade de quedas de energia: 15 vezes em 2016. Já São Fidélis apresentou menos interrupções de energia quando comparado aos demais municípios da região: nove vezes.
Para a Firjan, o acesso à energia elétrica com qualidade, segurança e a preços baixos é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico e industrial. A Federação defende investimentos por parte das distribuidoras e modernização da regulação com visão integrada de todo o setor. As propostas apresentadas são a criação de indicadores que mensurem as interrupções abaixo de três minutos, a identificação das classes de consumo, o desenvolvimento de pacotes de fornecimento de energia com qualidade e preço diferenciado para a indústria e o estímulo à expansão das redes inteligentes, as chamadas smart grids.