Jane Ribeiro
12/07/2017 20:21 - Atualizado em 14/07/2017 13:16
Os funcionários do Hospital Ferreira Machado (HFM) foram surpreendidos ao chegar para trabalhar na última terça-feira (11). Uma circular foi divulgada e informava que, a partir de agora, a alimentação dos funcionários estaria suspensa. A medida foi tomada pela atual gestão municipal com o objetivo de reduzir o déficit que, no início do ano, era de R$ 57 milhões, por mês, em virtude da situação financeira deixada pelo governo passado. A determinação foi estabelecida para garantir a assistência nutricional aos pacientes e acompanhantes do Hospital. Os funcionários não receberam com bons olhos a medida adotada, no entanto, a Prefeitura garante que o corte será temporário.
Uma enfermeira, que não quis se identificar, informou que muitos funcionários são sacrificados e dependem dessa alimentação, já que eles trabalham em regime de plantão, virando dia e noite.
— Acho um absurdo o que estão fazendo com a gente. Primeiro cortaram o café da manhã, agora o almoço e o jantar. Tem muita gente aqui que precisa dessa alimentação. Se for para cortar despesas, porque não começa a cortar os salários dos DAS que estão aí ganhando muito bem e trabalhando nada. Isso ninguém vê. Acho que tem que economizar sim, mas não dessa forma — disse ela.
Outro funcionário que trabalha no Pronto Socorro disse que os cortes deveriam ser feitos, mas com critérios justos. “Sabemos que a Prefeitura está com muitos gastos, mas não dá para ajustar a casa tirando um beneficio do trabalhador, plantonista que vem pra cá para trabalhar, salvar vidas. Na campanha foi prometido valorizar o servidor e isso não está sendo feito. Trazer de casa, nem sempre vamos poder fazer isso. Espero que o prefeito possa reverter essa situação no final dessa crise”, informou.
Em nota, a secretaria de comunicação informou que os servidores que ganham até R$ 3.409,37 recebem o Auxílio Alimentação da prefeitura no valor de R$ 200, que contribuem para a alimentação do funcionalismo. Disse, ainda, que se trata de uma medida temporária, em virtude da situação financeira do município.
Além disso, a Prefeitura justificou o corte declarando que a atual gestão municipal vem tendo que tomar medidas para reduzir o déficit que, no início do ano, era de R$ 57 milhões, por mês, em virtude da situação financeira deixada pelo governo passado. Readequações financeiras tiveram que ser feitas, como o corte de mais de 500 cargos comissionados, revisão de contratos e redução de despesas. Essas medidas já fizeram com que a prefeitura reduzisse o déficit que, atualmente, é de R$ 35 milhões mensais, o que ainda é muito preocupante para a administração do município. A prefeitura segue priorizando serviços emergenciais e, também, o pagamento em dia dos servidores municipais.