Paula Vigneron
12/07/2017 14:08 - Atualizado em 13/07/2017 14:16
Funcionários da Turisguá, empresa que presta serviços de transporte público de passageiros em Campos, paralisaram as atividades na manhã desta quarta-feira (12), em protesto ao atraso de pagamento de salários. Eles se reuniram em frente à sede do Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT). O funcionamento foi normalizado no início desta tarde. O grupo de motoristas e cobradores alegou que o pagamento deveria ter sido feito há cinco dias. O presidente do IMTT, Renato Siqueira, informou que o repasse do dinheiro da Prefeitura foi efetuado no início deste mês.
Funcionário da empresa há dois anos, o motorista Bruno Gomes Paes comentou que o atraso não acontece regularmente, mas que, segundo a Turisguá, a Prefeitura teria repassado 80% da verba referente à passagem social. A empresa estaria aguardando o repasse dos 20% restantes, aproximadamente R$ 41 mil, para efetuar o pagamento dos funcionários.
— Esse é o dinheiro que a empresa tem que receber para fazer o pagamento de quase R$ 200 mil, de acordo com a folha. Estamos querendo saber onde estão os 80% para a gente poder receber. Estão descontando a prestação dos ônibus e dívida de bilhetagem, mas onde a gente fica? — questionou.
Somente o pagamento do mês de junho precisa ser regularizado. A Turisguá tem cerca de 140 motoristas e cobradores.
A versão foi confirmada por Renato Siqueira, que entrou em contato com a proprietária da empresa por telefone. Pelo viva voz, no pátio da sede, ele questionou se a Prefeitura havia dito que não realizaria o pagamento e ela negou, confirmado o repasse da parcela de 80%, mas anunciando que os 20% não serão suficientes para o pagamento dos salários.
Trabalhadores haviam paralisado atividades
Ônibus da Turisguá voltou a circular
— A Prefeitura tem feito os pagamentos pontualmente, dentro do que foi acordado, sobretudo com o adiantamento de 80% a todos os consórcios. Quando ela fala que, do que tem a receber, só restarão R$ 41 mil, é porque ela tem que pagar compromissos que assumiu com a Prefeitura e com o sistema de bilhetagem, como, por exemplo, as prestações dos ônibus financiados junto ao Fundecam e a cota mensal para ter disponível a bilhetagem para a leitura do cartão cidadão. Agora, se vão restar R$ 41 mil e se são insuficientes para assumir o compromisso com os trabalhadores, isso não envolve a Prefeitura e o IMTT. É uma relação trabalhista entre empregador e empregado — detalhou.
A equipe de reportagem tentou contato, por telefone e pessoalmente, com representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e da empresa Turisguá, mas não foi atendida.