Críticas e aprovações na reforma trabalhista
12/07/2017 22:42 - Atualizado em 14/07/2017 18:56
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reforma trabalhista aprovada na última terça-feira no Senado foi recebida com preocupação por sindicatos de trabalhadores de Campos, mas os representantes de entidades empresariais externaram satisfação com o conjunto de propostas que irá ainda à sanção do presidente Michel Temer.
Através de nota, a representação regional da Firjan no Norte Fluminense destaca que a reforma trabalhista é “o maior avanço nas relações capital-trabalho no país em mais de sete décadas, desde a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943. O Sistema Firjan defende há anos a modernização das leis trabalhistas de forma a adequar a legislação às mudanças na relação de trabalho”.
Já o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos, José Luis Escocard, considera que a reforma pode prejudicar o empregado, mas também o empregador.
— Ela tem aspectos positivos, mas de algum modo poderá prejudicar o trabalhador. E ao prejudicar o trabalhador também irá afetar o patrão. Como você pode bom trabalho do trabalhador com ele insatisfeito? — ressalvou.
A reforma será positiva na visão do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Joílson Barcelos.
— Será boa porque vai retirar os entraves que impedem as empresas de contratar a partir da livre negociação entre as partes, além de regulamentar a questão da jornada de trabalho. — disse.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Campos, Roberto Viana, afirma que a reforma deveria ser mais ampla e saudou a flexibilização para a contratação por curto período.
—A reforma sofreu alguns cortes. Mas ainda assim deve ser saudada, pois do jeito que estava não poderia continuar. O custo para a contratação de um empregado no Brasil é muito alto. A regulamentação da jornada de trabalho por curto período foi um dos aspectos positivos — disse.
Reprovação de sindicatos de trabalhadores
Para o presidente do Sindicato da Construção Civil de Campos, José Eulálio, a reforma contém alguns aspectos positivos e negativos.
— A divisão das férias em até três vezes durante o ano é inadmissível porque o trabalhador, quando chega o período de férias, ele precisa descansar durante um mês para voltar com as energias renovadas. Mexer com esse direito não é correto — defendeu.
— Dizem que as convenções e acordos coletivos poderão prevalecer sobre a legislação e que os sindicatos e as empresas podem negociar condições de trabalho diferentes das previstas em lei. Nem todas as empresas são filiadas a sindicatos. E aí como fica o trabalhador? — argumentou Eulálio.
Para o coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, a reforma é péssima.
— É uma contrarreforma que faz parte do golpe que aconteceu em 2016 no Brasil, onde claramente se defende os interesses dos empresários em detrimento dos trabalhadores. Não temos como aceitar a redução de direitos básicos que foram resultado de lutas e conquistas de muitos anos, até se chegar à CLT . Vamos continuar na luta contra destruição dos direitos dos trabalhadores — opinou.

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