O artista plástico campista João de Oliveira terá obras expostas no Salão de Artes Contemporâneas do Museu do Louvre, conhecido popularmente como “Carrousel du Louvre”, em Paris, na França, no segundo semestre. Os quadros foram enviados por ele na última sexta-feira (28). De acordo com Oliveira, obras que estarão na mostra foram feitas com o uso do tridimensional, técnica que utiliza em seus trabalhos há um ano.

— O tridimensional consiste em três imagens fundidas em um só trabalho. Você consegue ver, em uma única obra, três momentos de imagem distintos. Apesar de estar trabalhando há um ano com o tridimensional, apenas alguns dos quadros que trabalhei com esta técnica estiveram em uma exposição, que foi a “Arte Nata”, que esteve no museu (Histórico de Campos) — relatou.

O artista plástico contou que teve suas obras selecionadas para o Salão de Artes Contemporâneas do Museu do Louvre no último mês. Ele comentou, ainda, sobre a cena das artes plásticas em Campos.

— Hoje em dia existem poucos espaços na cidade para os artistas locais mostrarem suas obras. É muito importante que as pessoas de Campos valorizem o trabalho dos artistas daqui, inclusive. Ao invés de apenas buscar os artistas de fora, as pessoas precisam admirar e consumir o trabalho dos campistas, porque tem muito talento nesta cidade — disse.

Arquiteto que sempre se dedicou às artes plásticas, João de Oliveira se tornou artista plástico e programador visual de grande reconhecimento profissional em Campos. Ele é conhecido como “João do Índio”, devido ao sucesso de sua exposição de quadros intitulada “Índios”, que retratava toda essência indígena.

Levada para várias cidades, entre elas Rio de Janeiro e Brasília, “Índios” ganhou o mundo depois de uma exposição no Hotel Copacabana Palace, na Galeria Place des Arts, levando o campista para uma exposição internacional em Londres, na Marsham Gallery, em 1985.

Em 1980, depois de ter participado de mostras de arte no Rio, foi convidado a fazer sua primeira exposição individual em Campos, no Palácio da Cultura. Nesta época, fazia uma pesquisa minuciosa sobre o índio brasileiro e daí surgiu uma exposição em que ele retratava os índios com toda sua beleza, inocência e espiritualidade. Com o sucesso, realizou, só em Campos, exposições individuais com essa temática nos anos de 80, 81, 83, 84 e 87.

Em 1994, João fez uma exposição na Caixa Econômica intitulada “Espelhos”, onde várias imagens de Campos apareciam refletidas sobre o rio Paraíba. Foi considerada a primeira exposição em Campos com recursos de computador aliados a efeitos de Air-Brush. Realizou, também, várias exposições com outros temas.

Em 1996, foi convidado a expor no Free Jazz do Museu de Arte Moderna do Rio. Apaixonado pela música, João de Oliveira desenvolveu 28 quadros sobre o tema.

De lá para cá, muitas obras e exposições em seu currículo, sendo apontado como um dos maiores artistas da cidade.

Outros — João de Oliveira já teve obras expostas em outros países durante sua carreira, entre eles Itália e Estados Unidos. O Museu do Louvre recebeu obras de Oliveira em outra ocasião. Em 2014, o artista expôs duas telas de sua autoria e ganhou um troféu por elas. As obras, feitas sobre tecido de juta, retrataram o imaginário infantil e os elementos da natureza, sendo intituladas “Água” e “Ar”.