Perícia conclui:não há edição em áudio
24/06/2017 11:25 - Atualizado em 24/06/2017 11:25
Presidente quer que aprovação aconteça dentro de seis meses
Presidente quer que aprovação aconteça dentro de seis meses / ABR/Divulgação
A perícia da Polícia Federal concluiu que não houve edição nas gravações feitas pelo proprietário da JBS Joesley Batista. Segundo os peritos, há cerca de 200 interrupções no áudio em que Joesley aparece falando com o presidente Michel Temer, mas que elas estão relacionadas ao equipamento usado pelo empresário. O resultado do laudo já foi passado informalmente ao relator do inquérito no supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin.
No entanto, o laudo só será entregue pela Polícia Federal ao STF na próxima semana. O laudo será anexado à parte do inquérito que permanece na PF.
A conversa entre Joesley e Temer foi divulgada em abril. Nela, Batista fala com o presidente sobre a compra de um procurador da República, a manipulação de dois juízes federais e o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro. O suborno sistemático seria uma forma de impedir que os dois fizessem acordo de delação. Sobre isso, Temer teria respondido: “Tem que manter isso, viu?”.
Batista relata ainda que, com o ex-ministro Geddel Vieira Lima fora de circulação, precisaria de novo interlocutor. Temer indica o ex-assessor Rocha Loures. Batista pergunta, então, se poderia tratar de “tudo” com Loures. “Tudo” responde Temer.
Munido da gravação e outros documentos, Batista fez um acordo de delação premiada para delatar Temer e Loures, entre outros políticos. Depois da conversa, Loures tratou de decisões e cargos estratégicos com o empresário e foi filmado correndo pelas ruas de São Paulo com uma mala com R$ 500 mil recebida de Ricardo Saud, operador da propina da JBS. A propina seria a primeira parcela de um suborno que, ao longo de 25 anos, ultrapassaria a casa dos R$ 600 milhões. (S.M.) (A.N.)

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