A situação econômica considerada das mais críticas dos últimos quase 30 anos da Associação Irmãos da Solidariedade, única casa de apoio aos portadores do vírus HIV no estado do Rio, tende a melhorar graças à mobilização da comunidade e, agora, a intervenção da Prefeitura de Campos, que conseguiu com o Ministério da Saúde verba complementar. Essa semana foi publicado no Diário Oficial do Município o valor da verba destinada à entidade, que totaliza R$ 94 mil. Esse valor, no entanto, corresponde a oito meses, o que dá R$ 11.500/mês.
— Esse foi um acerto de contas que chegou na hora que nós mais precisávamos, porque se não fosse a comunidade, que continua nos ajudando, talvez não chegaríamos até aqui. No início do ano passado houve corte de 25% na verba das entidades, o que veio coincidir com a crise que já estávamos começando a enfrentar, com custos altos e uma demanda de pacientes e assistidos cada vez maior. Eu não paro de agradecer e pedir para continuar nos ajudando, porque nossa luta é diária – afirma a presidente da entidade, Fátima Castro.
A Associação Irmãos da Solidariedade, hoje com capacidade máxima esgotada, mantém 42 pacientes (nove deles cadeirantes), que dependem do trabalho ambulatorial 24h, além de atendimento médico, psicológico, psiquiátrico, fisioterapêutico, social e jurídico da Casa, sem contar ainda com os mais de 100 assistidos. Fátima Castro ressalta que o apoio que tem recebido da sociedade durante todos esses anos é fundamental para que continue na luta. A entidade gasta hoje, por dia, cerca de 10 kg de carne, 20 litros de leite, além de frutas, entre outros. “A maioria deles precisa de uma alimentação balanceada, varia de paciente para paciente. A população nos ajuda muito e nossa equipe ainda faz palestras em Campos e região em troca de alimento”, explica.
A Associação Irmãos da Solidariedade recebe atualmente verba municipal de R$ 40 mil e federal de R$ 31 mil, além de ajuda de carnês, a maioria entre R$ 3 a R$ 5 por mês. A federal é específica para manutenção e, por isso não pode ser usada, por exemplo, para pagar os funcionários que a Casa mantém com carteira assinada. Entre os trabalhadores pagos pela entidade estão os que atuam na limpeza geral, lavanderia, cozinha, vigilância, entre outros que revezam no trabalho em sistema de plantão, num total de 22 funcionários. O telefone da Casa de Apoio é (22) 2733-9610. (A.N.)