O Conselho Comunitário de Segurança Pública de Campos se reuniu na manhã dessa quarta-feira (7), na Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), para discutir alternativas para garantir a segurança no município, que ainda sofre com a falta de policiais militares enviados para suporte em operação no Grande Rio, além do avanço nos índices de homicídios e constantes casos de assaltos em estabelecimentos comerciais. Participaram do encontro, além de membros da sociedade civil organizada, o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente coronel Fabiano Santos, e o policial civil Yuri Dimitri, representando o titular da 146ª Delegacia de Polícia Civil (Guarus), Luis Maurício Armond. Um dos assuntos, também discutidos na ocasião, foram os áudios que circulam pelas redes sociais, em que o chefe da comunidade da Baleeira e o chefe da Tira Gosto tratam um acordo de paz entre as representações das facções criminosas Amigos dos Amigos (ADA) e Terceiro Comando Puro (TCP), em Campos. Nas gravações, que ainda não têm veracidade oficialmente confirmada, os dois chefes das comunidades fornecedoras de drogas em Campos falam que estão seguindo ordens superiores. Nas próprias comunidades, pichações da nova sigla TCA, que seria Terceiro Comando dos Amigos, dão indícios da nova ordem.
O comandante Fabiano confirmou a união das facções em Campos e disse que a PM está atenta aos possíveis problemas que isso pode causar.
— Realmente essa é uma verdade. As duas facções de Campos se uniram e isso é espelho do que já aconteceu no Rio de Janeiro. A sala de operações do Rio e nós do 8º BPM já estamos em alerta — disse o comandante, que confirmou que a união em Campos segue ordens diretas dos comandos no Rio de Janeiro, para reduzir o número de mortes.
Reunião do Conselho Comunitário
União de facções
A reportagem da Folha da Manhã entrou em contato com o delegado titular da 146ª DP, Luis Maurício Armond, que prevê a possibilidade de redução nos índices de homicídio, mas, em contrapartida, o aumento de crimes contra o patrimônio pela circulação de suspeitos.
— É uma coisa muito complexa. É possível que, se for comprovado, possa ter uma redução dos homicídios, porque eles se matam bastante, mas que a criminalidade vá reduzir, é outra situação. O tráfico, eu acredito que se fortaleça. Os crimes patrimoniais podem ter aumento, porque vai ter mais liberdade de circulação nas áreas que antes havia restrição — disse Armond. (A.N.) (D.A.)