Programas sociais dividem opiniões
07/06/2017 20:02 - Atualizado em 09/06/2017 15:10
O primeiro dia após a aprovação das alterações nos programas sociais Cheque Cidadão e Campos Cidadão, na Câmara de Vereadores de Campos, foi de apreensão entre os beneficiários, que se mostraram preocupados com o impacto que poderão sofrer. O projeto já foi enviado para o gabinete do prefeito Rafael Diniz, que tem até 15 dias para sancionar a lei. As mudanças começarão a valer 30 dias após a publicação no Diário Oficial. Nesta quarta, em diferentes bairros do município, houve muitas críticas, a maioria delas relacionadas ao aumento da passagem social, de R$ 1 para R$ 2.
— Achei muito ruim, porque a pessoa está acostumada a pagar R$ 2 para sair e voltar pra casa. Agora, vamos ter que pagar R$ 4. Para nós que ganhamos pouco, a diferença de R$ 2 nas viagens representa muita coisa — reclamou a técnica em enfermagem Inedina Fonseca, de 54 anos, moradora do Jardim Carioca.
Queli de Assis, de 27 anos acredita que o ideal seria realizar uma fiscalização para manter a passagem a R$ 1 apenas para quem realmente precisa. “Pra mim, diretamente, a mudança não influencia muito. Eu não acho bom, nem ruim. Tem gente com condição de pagar os R$ 2. Por outro lado, há aqueles que sentem a diferença em pagarem R$ 1 a mais. Acho que precisa de uma fiscalização, pra poder ficar justo”, opinou.
O tema fiscalização, aliás, foi o que motivou a suspensão provisória do outro programa, o Cheque Cidadão, que terá recadastramento durante um período de até 90 dias e mudanças nos critérios de avaliação dos beneficiários.
— Já vi gente que tem carro, moto e tem o cheque. Agora, muitas pessoas vão arrumar emprego. Tem gente com condição de trabalhar e fica dependendo do Chequinho — alegou Luzia Maria, de 63 anos, moradora do Parque Guarus.
Já Márcia Nazareth de Souza, de 43 anos, moradora do conjunto habitacional do Parque Santa Clara, em Guarus, ficou preocupada. “Fiquei muito triste. Tenho inflamação nas articulações, não tenho como trabalhar. Infelizmente, dependo do vale. Hoje, tive que pedir açúcar, porque às vezes fico sem ter o que comer. Está tudo caro — lamentou.
Em nota, a superintendência de Comunicação (SupCom) da Prefeitura de Campos informou que o projeto proposto pelo Poder Executivo “visa readequar os programas sociais à atual realidade financeira do município. Trata-se de mais uma medida, entre tantas outras, que estão sendo tomadas pela nova gestão para reduzir o déficit financeiro do município que hoje gira em torno de R$ 35 milhões por mês”. A nota destacou ainda que “não foi proposta a extinção dos programas Campos Cidadão e Cheque Cidadão e sim uma readequação financeira.
Quanto ao Campos Cidadão, a prefeitura arcava com subsídio de R$ 1,75 e, com a nova proposta, arcará com R$ 0,75, diminuindo o subsídio dado às empresas. Já no Cheque Cidadão, o projeto prevê algumas novas adequações para que o beneficiário possa fazer parte do programa. O objetivo é atender pessoas de maior vulnerabilidade social que de fato não possuem outra fonte de renda e que não estão inclusas em outros programas. Com a remodelação, o objetivo, também, é que o programa assistencial seja temporário e que o beneficiário possa sair após um prazo, entendendo que o benefício é uma renda complementar”.

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