Campanha na região por investimento
Dora Paula Paes 28/06/2017 20:57 - Atualizado em 03/07/2017 12:23
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. / Rui Porto Filho/ Divulgação
Nos próximos dias será publicado decreto que prorroga por mais 20 anos as regras do Repetro, um regime aduaneiro que facilita a importação e exportação de bens para a indústria do petróleo. O presidente Michel Temer aposta em agenda positiva para o setor tão afetado pela Operação Lava Jato. Expansão e financiamentos estão na pauta. A própria Agência Nacional de Petróleo (ANP) faz seu papel e fala em investimentos de R$ 240 bilhões e instalação de pelo menos 20 novas plataformas. Na região, o prefeito de Macaé e presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), Dr. Aluizio, diz ser urgente vencer o desemprego. Para isso, segundo ele, a porta de entrada, em curto prazo, é a revitalização dos campos maduros e lançou o movimento “Bacia de Campos é preciso investir”.
Por enquanto, o que se tem são projetos para o futuro. Em setembro, dois lotes (AP1) e (AP2) da Bacia de Campos irão a leilão na 14ª rodada de licitações e a Petrobras anunciou mais quatro plataformas para área.
— Já tivemos diversas conquistas como a quebra do marco regulatório, retorno da agenda de leilões em setembro, flexibilização do conteúdo local e possibilidade de mudanças nos tributos do petróleo. Mas esses avanços são para uma expectativa de resultados em 2021. Já o retorno da produção de campos maduros traz resultados mais imediatos — disse o prefeito, acrescentando que “é possível mudarmos esse cenário se tivermos investimentos e tecnologias. Todos os gestores municipais do Estado do Rio de Janeiro estão unidos e vamos cumprir uma agenda em Brasília para incentivarmos esse projeto”.
Ele, aliás, já esteve em Brasília, este mês, em reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, levantando a bandeira de retomada de investimentos.
Com um olhar na movimentação do setor, o analista da área de petróleo e ex-superintendente de Petróleo e Tecnologia de São João da Barra, Wellington Abreu, pontua:
— Tanto a Bacia de Campos, quanto às demais que estarão nas próximas rodadas da ANP possuem grande potencial de produção. Mas devemos levar em consideração a capacidade atual de investimento da Petrobras e das grandes multinacionais que irão participar e o tempo de colocar em produção tais áreas. Uma plataforma demanda tempo para ser construída, assim como um campo demanda de tempo para sua preparação.
Para Wellington, o anúncio de mais quatro plataformas para a Bacia é uma boa notícia, mas elas só deverão entrar em funcionamento entre 2021 a 2023. “Os incentivos partem desde diminuição de conteúdo local, não obrigatoriedade da Petrobras nas próximas descobertas e agora a dilação de prazo do Repetro. Não vejo, infelizmente, nenhum impacto financeiro até 2020. Temos como exemplo o Campo de Libra, que teve seu leilão realizado em 2013 e até agora apenas uma plataforma foi projetada para o mesmo e ainda não iniciou sua operação. Gostaria de estar errado e que o governo faça os investimentos necessários”, finaliza.

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