Dora Paula Paes
24/06/2017 22:36 - Atualizado em 29/06/2017 13:29
O dinheiro dos royalties começava a jorrar com pressão em 2001, no então governo do prefeito Arnaldo Vianna. Campos tinha recurso de sobra e precisava criar mecanismo para guardar uma reserva para o futuro, além de alavancar a economia com fomento de emprego e renda. É daí que surge o Fundo de Desenvolvimento de Campos (Fundecam). O nome ficou imprenso nesses 16 anos e uma sucessão de prefeitos. O fundo, no entanto, perdeu força de investimentos nos “grandes projetos” e aposta nos pequenos. Hoje, o Fundecam tem caixa para emprestar para o micro empreendedor. Atualmente, o governo do prefeito Rafael Diniz corre na Justiça para resgatar o montante de R$ 350 milhões, valores corrigidos, de 33 empresas, que devem à prefeitura, e repatriar, no mínimo, 30% deste valor nestes quatro anos.
O superintendente do Fundo de Desenvolvimento de Campos (Fundecam), Rodrigo Lira, informa que o órgão foi criado atendendo forte apelo da sociedade civil, que buscava um meio de organizar a aplicação dos recursos dos royalties que, na ocasião, era um fato novo no município. Para o superintendente, o Fundecam deixou de cumprir sua missão quando disponibilizou recursos para empresas que não deram nenhuma contribuição ao município.
— Novas alternativas estão sendo implementadas para fazer com que o Fundecam volte a cumprir sua finalidade original: fomentar o desenvolvimento econômico gerando emprego e renda. Existem processos judiciais tentando recuperar esses valores, que foram desperdiçados e que, agora, no momento de escassez, estão fazendo muita falta. Percebemos que vários processos ficaram parados e estamos criando frentes de trabalho para que possamos fazer o Fundecam cumprir a sua finalidade do desenvolvimento — informa Lira.
O governo Rafael pretende imprimir sua marca no Fundecam. Atua na criação e gestão do Programa Municipal de Apoio à Ciência, Tecnologia, Inovação, Extensão e Empreendedorismo, que terá três frentes: o Programa Municipal de Bolsas de Iniciação Científica, Tecnológica, Extensão e Empreendedorismo, o Programa Municipal de Apoio Tecnológico às Empresas de Campos, em parceria com instituições como o Sebraetec e Embrap II. A terceira é a reestruturação do do Microcrédito, junto com Sebrae e universidades. Ainda pretende investir na economia solidária e agricultura familiar.
Microcrédito passa, agora, por reformulação
Outra frente de trabalho, apresentada por Lira, se refere à remodelação do sistema do Programa de Microcrédito que, além de disponibilizar recursos, também, passará a oferecer acompanhamento para a gestão.
O trabalho já começou com cadastros de possíveis interessados nos bairros. Na última sexta-feira (23), 69 comerciantes foram cadastrados no Parque Nova Brasília. Em maio, outros 50 atendimentos no Parque São José, em Guarus.
O Programa de Microcrédito foi retomado em abril e concede créditos em duas modalidades, com prazo de até nove meses para pagamento e juros de 0,17% ao mês. Segundo a gerente do Fundecam Empreendedor, Francine Abreu, no primeiro contato a equipe cadastra o comerciante, com informações, como: nome, telefone e ramo do negócio. Para obter o crédito, o empreendimento deve estar ativo há pelo menos seis meses e ter uma perspectiva de faturamento bruto anual de até R$ 240 mil.
O comerciante Rogério Mota foi um dos microempreendedores que recebeu a visita no Nova Brasília. Há 10 anos atuando no bairro, ele demonstrou interesse na oferta. “É uma boa alternativa para o comerciante. Acho que iria auxiliar na minha loja e o destaque também para os juros baixos”, disse ele.