Jhonattan Reis
27/06/2017 17:37 - Atualizado em 27/06/2017 17:37
O escritor e professor João Vicente Alvarenga lançará, na noite desta quarta-feira (28), em Campos, sua mais recente publicação, intitulada “Poesia Prosaica, Prosa Poética — A Palavra em Liberdade”. O lançamento acontece às 19h30, no Rei do Mate, no Boulevard Shopping, Parque Leopoldina. Esta é a terceira obra que João Vicente lança nos últimos três anos. Ele lançou uma edição atualizada de “Três Atos da História do Teatro em Campos”, em 2015, e “Provocações Autobiográficas”, no ano passado.
— “Poesia Prosaica, Prosa Poética — A palavra em liberdade”, lançado pela editora Autografia, é um livro que contém poemas na forma de verso e na forma de prosa. Tenho essa facilidade de lidar com as duas formas. O livro trabalha um pouco na linha do confessional, como certa biografia. Toda a criação artística e a literatura se deixam muito expostas à influência desse eu real poético e desse eu ficcional. Esse “eu” se transforma em conto, poema, carta e, inclusive, no gênero epistolar, que figurou muito no século XIX e consiste em cartas sem intenção de correspondência — explicou.
No evento de lançamento, hoje, o escritor pretende dividir, com os convidados, detalhes sobre o processo de criação de “Poesia Prosaica, Prosa Poética — A Palavra em Liberdade”.
— Falarei sobre como foi fazer esse livro. É algo muito interessante, pois o público fica muito curioso diante do trabalho de um escritor e gosta de compreender esse processo. Cada escritor tem um perfil, um caráter, uma personalidade. E eu gostaria muito de compartilhar isso com meu público.
Professor com mestrado em Filosofia, João Vicente Alvarenga contou que é apaixonado pelo universo da literatura desde pequeno. Em 1978, participou do livro “Ato 5”, no qual dividiu a assinatura com Amaro Prata Tavares, Orávio de Campos Soares, Artur Gomes e Antonio Roberto Kapi, todos envolvidos com o universo do teatro.
— Foi a primeira vez que tive meu nome numa capa de livro, ainda que dividindo espaço com outros quatro poetas. O nome do livro, inclusive, faz referência àquela situação que o Brasil passava naqueles anos 1970, quando estava em vigor o Ato Institucional Número Cinco (AI-5), que foi a coisa mais severa feita contra o povo brasileiro.
No início dos anos 1990, João Vicente se dedicou a pesquisas sobre teatro em Campos. Em 1993, publicou “Três Atos da História do Teatro em Campos”. De lá até 2014, não teve obras publicadas.
— Muita gente me perguntava pela obra de 1993. Mas eu não encontrava mais aquele livro. Nem eu tinha mais. Até que o encontrei em um sebo online. Resolvi, então, atualizar aquelas pesquisas. No início de 2015, comecei a trabalhar com uma segunda edição, que foi lançada nesse mesmo ano. Inclusive, me posicionei um pouco mais nessa segunda edição. Tive um olhar mais triste em relação à atuação política dos últimos anos no teatro em Campos.
Em 2016, o escritor deu sequência às publicações, com o livro “Provocações Autobiográficas”.
— Entre 2007 ou 2008 e 2015, publiquei vários artigos, crônicas, contos e epístolas num jornal da cidade. No ano passado, chegou uma hora em que pensei: “Já são tantos trabalhos publicados em tanto tempo. Por que não reuni-los?”. Em outro momento, me veio um nome: “Provocações Autobiográficas”. Reuni, então, todos os materiais que havia publicado nesses anos e selecionei os que mais tinham compatibilidade com esse título.
Perguntado se pretende continuar com lançamentos nos próximos anos, João Vicente respondeu:
— Pretendo, claro. Acho que não há como eu não ter esse horizonte na minha vida. Ter três obras publicadas nos últimos três anos é uma loucura. Porém, é gratificante, porque a razão pela qual escrevemos está no público, no leitor. Não foi uma coisa fácil, pois tem todo aquele processo de leitura, releitura, revisão e outras coisas, mas é um trabalho muito gratificante.