Laura Cardoso defende o feminismo
09/06/2017 19:02 - Atualizado em 14/06/2017 11:03
Laura Cardoso, 89 anos, foi a primeira homenageada em 2017 pelo projeto Ocupação, do Itaú Cultural, em São Paulo, entre fevereiro e abril. Ao longo deste ano, o centro cultural vai apresentar uma sequência de mostras sobre importantes mulheres do cenário artístico do país. Em entrevista à revista “Veja”, a atriz, um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira, se define como feminista “desde menina” e diz que, apesar dos avanços, a mulher ainda tem motivos para brigar. “O feminismo é uma luta que vale a pena e deve prosseguir. Já se conquistou muita coisa, mas acho que ainda falta dar mais crédito, respeito de verdade à mulher”, diz.
Laura também comenta o caso José Mayer, seu colega de TV Globo que foi acusado de assédio sexual pela figurinista Susllem Meneguzi Tonani. “Foi infeliz e estou do lado das colegas, ‘mexeu com uma, mexeu com todas’”, diz, citando o lema de uma campanha que funcionárias da emissora criaram para conscientizar sobre o assédio sexual após o episódio. “Apoio a iniciativa. Como não vou apoiar? Se eu estivesse no Rio de Janeiro (quando a campanha começou), estaria ao lado delas, com a camiseta, apesar de já estar velha e cansada para essas coisas.”
Com mais de setenta anos de carreira, a atriz tem no currículo mais de oitenta produções na TV, uma dezena de peças de teatro e mais de trinta filmes, além de programas no rádio, onde começou sua trajetória no mundo da arte, em 1942. Mesmo com tanta experiência, ela afirma que encontra erros em seu trabalho. “Sou muito autocrítica. Ainda erro muito, a gente nunca acaba de aprender.”
Desde 4 de maio, a homenageada pelo Itaú Cultural é a escritora mineira Conceição Evaristo. Ainda em 2017, haverá mostras de Aracy Amaral, Nise da Silveira e Inezita Barroso. Laura se mostra muito feliz com as recentes homenagens. (A.N.)

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