O destaque é a estreia nesta quinta-feira (8) nos cinemas de Campos, como também em todo o Brasil, do filme “A Múmia”, que tem à frente do elenco o astro Tom Cruise.
Há tempo que a Universal está planejando fazer um reboot dos clássicos filmes de monstros da década de 30 e 40. A ideia é boa, mas talvez funcionasse melhor se o orçamento fosse proporcional ao utilizado nas produções originais. Refazer “A Múmia”, por exemplo, com nomes de peso como Tom Cruise e Russell Crowe pode trazer mais referências à série de Stephen Sommers, iniciada em 1999, do que ao clássico de Boris Karloff. O filme acentua essa desconfiança, fazendo o público sentir falta das velhas bandagens que cobriam esqueletos apodrecidos, em seus passos lentos e silenciosos…
Na história, Nick Morton (Cruise) está em apreensivo em um voo, justificado não pelo medo aéreo, mas de imagens de uma tumba sendo retirada de alguma cova egípcia por um helicóptero e conduzida ao avião em que ele está. Estranha algo no sarcófago, além da turbulência, e do ataque de centenas de aves ao veículo. Com duas turbinas incendiadas e a nave em queda acelerada, a equipe é arremessada para todos os lados no interior do avião – alguns até são jogados para fora. Morton, que havia colocado os paraquedas em sua companheira, Jenny Halsey (Annabelle Wallis, de “Annabelle”), aciona o botão da mochila e a salva do desastre, enquanto aguarda com gritos de desespero o momento do encontro com o solo.
Dado como morto, apesar de fisicamente intacto, ele acorda no necrotério assustado. Os restos da aeronave mostram que a tumba também está intacta, e de lá sairá uma mulher com quatro pupilas amareladas – “Bem vindo a um mundo de deuses e monstros.” Morton disse que a viu e que ela é real, cortando para inúmeras cenas de ação como um filme da série “Missão Impossível”: Cruise nada, é quase atropelado por um ônibus, foge de tiroteios e dá saltos no ar. Dr. Henry Jekyll (Russell Crowe), de “O Médico e o Monstro”, diz que a tal múmia é a princesa Ahmanet (Sofia Boutella, de “Monsters: Dark Continent”), que veio reivindicar o que lhe fora negado. Explosões, destruição de Londres, Big Ben e Westminster Abbey, e Cruise correndo pela vida…
Está mais para um filme de ação e aventura do que horror, apenas trocando um vilão comum por uma X-Men. Provavelmente a sobrevida do personagem de Cruise pode envolver alguma relação com passado da princesa – é claro que teremos flashbacks para mostrar como ela foi condenada à morte. Será que ela enxergará nele uma reencarnação de seu príncipe egípcio? O que se pode esperar: mais um filme de ação de Tom Cruise, com um inimigo sobrenatural. Grandes locações, efeitos especiais de primeira (algum CGI pode saltar aos olhos) e muita correria.
A Universal já anunciou que ainda teremos filmes do Homem Invisível (Johnny Depp), Frankenstein (Javier Bardem), entre outros. Mas, a despeito do sucesso comercial das produções individuais, a produtora deixou claro pelas palavras do diretor que não há intenção de realizar uma espécie de “A Liga Extraordinária”, com os monstros unidos em um único filme. Por enquanto, não. No entanto, o diretor e produtor Alex Kurtzman já deixou escapar que os filmes poderão fazer parte do mesmo universo – o que explica o personagem de Russell Crowe – e algumas menções a outros personagens clássicos da literatura e do cinema.
Kurtzman também disse que já existe a imagem dos próximos monstros como O Monstro da Lagoa Negra, Frankenstein, A Noiva de Frankenstein, Fantásma da Ópera, Lobisomem. E cita como exemplo o monstro de Frankenstein. A Universal tem o direito sobre a criatura em seu formato original: verde, alto, com parafusos no pescoço, como é a primeira associação que uma criança faria com o personagem. Vieram várias versões do monstro, mas poucos se inspiraram no modelo original. Sim, mas responda, senhor Kurtzman, por que a sua múmia não tem o aspecto clássico?
Permanecem em cartaz os filmes “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”, “Mulher-Maravilha”, “Amor.Com” e “As Aventuras de Ozzi”. (A.N.) (C.C.F.)