Filme de Flaherty no Cineclube Goitacá
Jhonattan Reis 01/06/2017 18:23 - Atualizado em 02/06/2017 13:58
Cineclube
Cineclube / Rodrigo Silveira
“Agora, quando eu for apresentar filmes no Cineclube, levarei obras da década de 1920, que consolidou vários gêneros e foi fundamental para a história do cinema”. As palavras são do professor, pesquisador e crítico de cinema Aristides Soffiati, que apresentou “Nanook, o Esquimó” (Nanook of the North, 1992), do diretor Robert Flaherty, na quarta-feira (31), no Cineclube Goitacá. O apresentador da noite explicou a importância de “Nanook, o Esquimó” para a história do cinema.
— Ele é simplesmente considerado o primeiro documentário longo da história — disse, lembrando houve uma polêmica envolvendo o filme. “Flaherty vinha estudando os esquimós desde 1913 e, em 1920, fez um documentário sobre isso, que se perdeu num incêndio. O diretor decidiu, então, refilmar tudo, e fez isso em 1921. Só que nessa época os esquimós já não tinham mais aqueles costumes estudados em 1913. Então, Flaherty teve que reconstituir tudo, fazendo com que os esquimós realizassem coisas que já não faziam mais”.
Durante o debate realizado após a exibição, o jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa destacou que todo o perfil que temos do esquimó veio deste filme. “Inclusive, podemos ver isso até em desenhos animados. E o Nanook ficou muito famoso com esta obra. Ele foi, inclusive, levado para o sul, onde morreu de pneumonia, pois não estava adaptado ao clima de lá”, relatou.
Antes da exibição do longa, Soffiati apresentou o curta-metragem “Manhatta” (1921), de Charles Sheeler. “O diretor é um artista plástico que fez experiências com cinema. E ele não interfere muito no que estava filmando. As imagens são lindíssimas e em preto e branco”, concluiu.

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