Em meio a tantos recursos na Justiça Eleitoral do ex-governador Anthony Garotinho para poder voltar a falar sobre o processo da Chequinho e contra o juiz Ralph Manhães, chama a atenção a falta de combatividade de Garotinho para tentar reverter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que o impede de voltar a Campos. O ex-prefeito até teve a oportunidade de retornar à terra natal no Dia das Mães, porém, mesmo com a autorização judicial, Garotinho preferiu continuar suas “férias forçadas” no Rio de Janeiro.
Semelhanças
A exemplo do que ocorre com o presidente (ainda, pelo menos até o fechamento desta edição) Michel Temer (PMDB) na esfera federal, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), continua igualmente com a credibilidade abalada. As semelhanças não param por aí. Assim como Temer, Pezão também não alimenta maiores perspectivas de sobrevivência política, fora do apoio político que tem na Assembleia Legislativa (Alerj). E também, a exemplo do ocupante do Palácio do Planalto, encontra-se na linha de tiro.
Sobrevida
No entanto, o governador ganhou uma sobrevida em meio à crise. Ontem, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, rejeitou os oito pedidos de impeachment que ameaçavam Pezão. De acordo com o parecer da Assembleia, todas são “genéricas”. No entanto, Picciani mandou um recado ao Palácio Guanabara na sessão da última quarta-feira, quando lembrou que a Casa está com o duodécimo atrasado desde fevereiro e que “cercear o funcionamento do poder Legislativo é crime de responsabilidade”.
Notificações
A Prefeitura de Campos notificou, no Diário Oficial de ontem, 13 empresas que participaram de licitações para o fornecimento de materiais de higiene e limpeza, papel A4 e toner por entregarem produtos fora das especificações exigidas. Segundo a Comissão de Licitação, a atitude das empresas atrapalhou todos os departamentos da Prefeitura que começaram o processo de higienização no dia 24 de fevereiro. A partir de agora, as empresas têm até cinco dias úteis para apresentarem suas defesas.
Política e futebol
Americano e Goytacaz entram em sua reta final de preparativos para a disputa de uma Série B que não vale quase nada. Ou seja, não dá direito aos vencedores a disputar a divisão principal do futebol Rio, ao contrário do que ocorre em outros estados. Aqui, os clubes são levados a jogar uma seletiva para só então depois se credenciarem a disputar um segundo turno com os grandes times da capital. O futebol de Campos já teve dias melhores. Hoje, dois clubes que já disputaram as principais competições estaduais e nacionais se arrastam numa sombria “segundona” estadual.
Cartola improvisado
Pior ainda se os dirigentes não criarem meios de tornar os clubes menos dependentes, a ponto de não ficarem reféns de políticos que usam essas instituições para tirar proveito. Esse tipo de parceria fracassou no Goytacaz quando o grupo do ex-governador Garotinho tomou conta do clube, que continua sua via crucis, há cerca de 25 anos na segunda divisão. Jogadores, comissão técnica e outros vinham para Campos contratados pelo rebento. E deu no que deu.
Ufanismo
A política partidária quando se mistura com o futebol nunca surtiu efeito desejado. Quase sempre quem sai perdendo é o futebol. Há, no entanto, as exceções que confirmam a regra. No Brasil, o exemplo mais emblemático foi a vitoriosa Seleção Brasileira de futebol, tricampeã mundial no México, em 1970, usada como peça de propaganda do regime militar pelo ditador de plantão, caso de Emílio Médici. Para faturar popularidade, costumava ir ao Maracanã com radinho de pilha ao ouvido assistir jogos do Flamengo e da própria Seleção. Mas a aquela dela, independente de qualquer interferência política, tinha monstros sagrados como Pelé, Gérson, Rivelino, Carlos Alberto, Tostão e Jairzinho.