TSE libera
Há dez dias esta coluna destacava o fôlego que o grupo dos Garotinho ganhava após ter tido da então ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luciana Lóssio, parecer favorável para a diplomação de seis vereadores. Foram dias de espera até que, na noite de ontem, por unanimidade, seis ministros liberassem a diplomação de Thiago Virgílio (PTC), Linda Mara (PTC), Kellinho (PR), Miguelito (PSL), Ozéias (PSDB), que chegaram a ser presos na operação Chequinho, e Jorge Rangel (PTB). Outra vitória do grupo foi a liberação de Garotinho para falar sobre a Chequinho.
Conta não é simples
Com a decisão de ontem à noite, logo começaram a surgir cogitações de quem vai deixar as cadeiras na Câmara. A análise mais simples levou à exclusão imediata de Álvaro Oliveira (SD), Joilza Rangel (PSD), Luiz Alberto Neném (PTB), Carlos Alberto Canaã (PTC), Cabo Alonsimar (PTC) e Geraldinho de Santa Cruz (PSDB), que ocupam hoje as vagas dos que aguardam a diplomação. No entanto, alguns deverão ser remanejados a algumas vagas de suplentes que abriram depois com o afastamento de Thiago Ferrugem (PR), Jorge Magal (PSD), Roberto Pinto (PTC), Vinícius Madureira (PRP) e Cecília Ribeiro Gomes (PT do B).
Quem dança?
Das cinco vagas que tiveram vereadores afastados depois, a de Cecília Ribeiro Gomes deixou de existir com a recontagem de votos que deu a cadeira a Marcos Bacellar (PDT). Outra vaga que não se altera neste primeiro momento é a de Josiane Morumbi (PRP), já que o partido dela não é coligado a nenhum outro e sua saída da Câmara só ocorre com o retorno de Vinícius Madureira (PRP). Seguindo esta conta, restam três cadeiras para nove suplentes, já que Roberta Moura (PR), Beto Cabeludo (PTC) e Thiago Godoy (PR), hoje com vagas garantidas, cedam seus lugares para três dos seis que ocupavam as cadeiras dos liberados ontem pelo TSE. Tudo isso se não for conseguida, antes das novas posses, uma liminar extensiva aos demais afastados.
Confiantes
Antes mesmo do parecer de Luciana Lóssio, conhecida por decisões favoráveis ao grupo dos Garotinho, já era grande a confiança entre os rosáceos de que eles teriam uma vitória no TSE. Isso ficou ainda mais explicitado quando Thiago Godoy, também réu na Chequinho, teve autorização para assumir a uma das vagas, mas preferiu esperar pelo Tribunal. Já sabia que com a diplomação dos seis, seu tempo na Câmara seria curto, pois há na sua coligação outros suplentes mais votados do que ele.
Empate e vistas
A certeza da vitória no TSE chegou a ser abalada na semana passada, quando o julgamento do habeas corpus (HCs) da diplomação chegou a registrar um empate de 2 a 2. Antes dos votos, entrou em cena o ministro que substituiu Lóssio, Tarcísio Vieira — ex-advogado de Rosinha. Ele pediu vistas, o que acabou sendo acatado pela Corte. Mesmo os que votaram contrários à diplomação naquela ocasião, os ministros Herman e Rosa Weber, reformaram ontem suas decisões.
Quem perde?
Com tanta instabilidade na Câmara, quem sai perdendo é a população. As grandes discussões, aprovações necessárias de projetos e também de reformas enviadas pelo governo do prefeito Rafael Diniz (PPS) ainda não aconteceram. Nem mesmo as CPIs das Rosas e a da Odebrecht (Morar Feliz), já com assinaturas necessárias para serem abertas, conseguiram andar. E nos bastidores já há quem diga que elas podem ser contestadas pelo time que vai entrar e é conhecido por ter nomes na linha de frente dos Garotinho.
Longe do fim
A vitória dos investigados no “escandaloso esquema” do uso político do Cheque Cidadão só não foi completa, porque eles não conseguiram que o juiz da 100ª Zona Eleitoral, Ralph Manhães, fosse afastado do processo. A decisão pela sua manutenção também foi unânime. Muitos capítulos da Chequinho ainda vão surgir, já que ainda há julgamentos para acontecer e sentenças para serem reveladas. O fim ainda está longe.