Aldir Sales
26/05/2017 21:09 - Atualizado em 30/05/2017 13:40
O presidente da Câmara Municipal de Campos, Marcão Gomes (Rede), rebateu, nessa sexta-feira, as declarações feitas pelo vereador eleito e não diplomado Thiago Virgílio (PTC), que o acusou de ser parcial nas análises sobre os seis parlamentares impedidos de tomarem posse na Casa. Virgílio ficou conhecido no último mandato como “pit bull rosa” por causa do discurso agressivo na defesa ao governo Rosinha Garotinho (PR). No entanto, Marcão afirmou que suas decisões são imparciais e que Thiago “precisa aprender a distinguir as decisões do presidente das manifestações políticas do vereador Marcão, que não foge aos debates”. As declarações foram publicadas pelo jornalista Aluysio Abreu Barbosa no blog Opiniões, hospedado no Folha 1.
— O vereador Thiago Virgílio, ainda não diplomado por decisão do Poder Judiciário, não deve conhecer muito bem o regimento interno da Casa de Leis da qual ele já fez parte, inclusive sendo membro da mesa diretora na legislatura anterior. Todas as decisões tomadas pela presidência da Casa se dão por força regimental e legal. Cabe ainda esclarecer que nos casos de Thiago, Ozéias (PSDB), Kellinho (PR), Jorge Rangel (PTB), Linda Mara (PTC) e Miguelito (PSL), pelo que é de meu conhecimento, até a data de ontem (quinta-feira), eles ainda não tinham sido diplomados. E se não possuem ainda o diploma, não podem tomar posse — declarou Marcão.
No último dia 16 de maio, o grupo dos seis eleitos e não diplomados foi beneficiado por um habeas corpus do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinando a posse de todos. No entanto, em entrevista à Folha da Manhã no último domingo, Marcão revelou que existiria um impedimento da 99ª Zona Eleitoral de Campos. Na última quinta-feira, Thiago Virgílio falou que o presidente da Câmara não deveria “se meter” no processo jurídico. “Marcão vem fazendo comentários desnecessários sobre o nosso caso (vereadores envolvidos na operação Chequinho). Ele recentemente publicou um ato para reempossar quatro vereadores — Thiago Ferrugem (PR), Vinícius Madureira (PRP), Jorge Magal (PSD) e Roberto Pinto (PTC). Ele não tem poder para isso. Isso é uma prerrogativa do Poder Judiciário, não do Legislativo. Ele não tem que se meter no caso dos processos. E quando o faz, não é imparcial, como um presidente da Casa deveria ser”, declarou.
No entanto, o presidente da Câmara respondeu dizendo que não vai fugir de nenhum debate. “Eu estou vereador e presidente da Câmara, e me manifestarei sobre qualquer matéria que entender ser de minha atribuição por força da lei. Ele precisa aprender a distinguir as decisões do presidente da Câmara, que são imparciais no estrito cumprimento de suas funções regimentais, das manifestações políticas do vereador Marcão Gomes, que não foge ao enfrentamento e aos debates”.