Um dia após o vereador José Carlos (PSDC) usar a tribuna da Câmara de Campos para anunciar o rompimento político com o governo do Estado, o deputado estadual e presidente do partido no Rio de Janeiro João Peixoto resolveu evitar o confronto direto e disse, nesta quarta-feira, esperar que o vereador não leve divergências para o lado pessoal. Ao blog Na Curva do Rio, da jornalista Suzy Monteiro, hospedado no Folha 1, Peixoto falou que colocou à disposição de José Carlos a candidatura à Alerj ou Câmara dos Deputados em 2018.
No entanto, como adiantou a coluna Ponto Final desta quarta, o motivo do racha seria que Peixoto estaria substituindo cargos indicados pelo vereador, como no Detran, onde o filho do vereador era chefe, por pessoas ligadas a Alciones de Rio Preto, do mesmo partido. O deputado estadual contou, ainda, que Zé Carlos teria feito algumas reivindicações que não puderam ser atendidas por ele e por isso entregou a chefia do posto do Detran em Campos, que seria indicação do vereador.
Na última terça-feira, José Carlos disparou contra o governo do Estado, do qual João Peixoto e o PSDC fazem parte da base de sustentação. “A gente vê o Estado tirando policial militar de Campos e levando para as UPPs. Vemos um Estado falido, através de governos que antecederam, atacando os cofres do erário, levando a parcelamento de direitos de funcionários públicos. Não posso mais fazer parte de um grupo que está acabando com o Estado”, disse.
Sem citar nomes, o vereador cutucou Peixoto e lembrou do rompimento com o grupo do ex-governador Anthony Garotinho. “Não posso mais caminhar com o Governo do Estado. O triste é quem descobre o que está acontecendo e não toma uma providência. Quem me conhece sabe que fiz parte do grupo de Garotinho aqui em Campos. Quando vi que o grupo estava perdendo sua essência, se envolvendo com gente não comprometida com a causa pública, fiz a mesma coisa”, declarou.
Ainda segundo João Peixoto, Zé Carlos continua no PSDC e, caso queira, terá vaga para disputar a eleição do ano que vem para deputado estadual. “Sou candidato à reeleição, mas dou uma vaga a ele também. Sem nenhum problema. Quem ganhar, leva”, afirmou, acrescentando que, se o vereador quiser disputar uma cadeira na Câmara Federal, “também terá a vaga”.