Aldir Sales
15/05/2017 22:14 - Atualizado em 17/05/2017 13:00
Segundo publicação do jornalista Guilherme Amado no blog do Lauro Jardim, hospedado em O Globo, a delação premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes de Carvalho Filho será a base para a próxima fase da operação Quinto do Ouro, desdobramento da Lava Jato que já levou outros membros do tribunal para a cadeia.
Além de Jonas, o filho dele, Jonas Lopes de Carvalho Neto, advogado do ex-governador Anthony Garotinho e outros políticos da região em diversos processos, também fechou acordo de delação com a Justiça. A edição desta segunda da Folha da Manhã destacou que, fora do Brasil desde o final de março, os dois Jonas conseguiram autorização do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para sair do país por 40 dias. O processo segue em segredo de justiça, mas o prazo para o retorno estaria próximo do fim. Alvo da Lava Jato, Jonas chegou a ser conduzido coercitivamente à Polícia Federal acusado de receber propina para aprovar as obras e aditivos do governo do Estado.
Jonas Filho foi indicado ao pelo então governador Garotinho, em 2000. Advogado formado pela Faculdade de Direito de Campos e filho do criminalista Jonas Lopes de Carvalho, já foi procurador-geral da Prefeitura de Campos e presidiu o TCE entre 2011 e 2016, período das obras para a Copa do Mundo e Olimpíada. Ele também foi responsável pela fiscalização de todos os municípios fluminenses, com a exceção do Rio de Janeiro. Daí o potencial de sua delação ser considerado tão explosivo. Contudo, nomes citados por Jonas apontam que ele teria poupado velhos aliados.
De acordo com a delação de dois ex-executivos da empreiteira Andrade Gutierrez, Clóvis Renato Primo e Rogério Nora de Sá, foi acertada com o então secretário de Governo de Sérgio Cabral, Wilson Carlos, propina para o Tribunal de Contas do Estado no valor de 1% dos contratos. Clóvis disse, ainda, que o esquema era desorganizado até a chegada de Wilson Carlos.