Quando Jonas Lopes voltará ao Brasil?
Aldir Sales 15/05/2017 10:33 - Atualizado em 16/05/2017 11:53
08012013 - Posse no novo presidente do TCE, Jonas Lopes de Carvalho Junior.
08012013 - Posse no novo presidente do TCE, Jonas Lopes de Carvalho Junior. / Divulgação
Onde está Jonas Lopes de Carvalho Filho? Não se sabe, apenas se ouve falar. Fora do Brasil desde o final de março, o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) conseguiu uma autorização do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para sair do país por 40 dias. O processo segue em segredo de justiça, mas o prazo para o retorno de Jonas estaria próximo do fim. Alvo da Lava Jato, Jonas chegou a ser conduzido coercitivamente à Polícia Federal acusado de receber propina para aprovar as obras e aditivos do governo do Estado. Ele e o filho, Jonas Lopes de Carvalho Neto, fecharam delação premiada, que podem implodir a estrutura política fluminense. No entanto, um velho conhecido da família Lopes de Carvalho, o ex-governador Anthony Garotinho, teria sido poupado.
O ex-presidente do TCE foi indicado ao órgão pelo então governador Garotinho, em 2000. Advogado formado pela Faculdade de Direito de Campos e filho do criminalista Jonas Lopes de Carvalho, Jonas Filho já foi procurador-geral da Prefeitura de Campos e presidiu o TCE entre 2011 e 2016, período das obras para a Copa do Mundo e Olimpíada. Ele também foi responsável pela fiscalização de todos os municípios fluminenses, com a exceção do Rio de Janeiro.
Já Jonas Lopes de Carvalho Neto foi advogado de Anthony Garotinho em diversas ações. Foi Jonas Neto que apareceu no vazamento do áudio com Garotinho que levantou a suspeita de uma possível estratégia para um habeas corpus no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pouco antes de ser preso no âmbito da operação Chequinho, em novembro do ano passado.
Por causa do segredo de justiça, o STJ informou que não poderia comentar sobre o processo. Porém, as primeiras notícias sobre a autorização para a viagem por 40 dias dos dois Jonas e outros familiares para fora do Brasil surgiram na última semana de março. Caso não haja uma renovação da autorização, o prazo provavelmente terminou na última semana. No entanto, o paradeiro da família Lopes de Carvalho e a possibilidade de novas fases da delação seguem sendo um mistério.
De acordo com a delação de dois ex-executivos da empreiteira Andrade Gutierrez, Clóvis Renato Primo e Rogério Nora de Sá, foi acertada com o então secretário de Governo de Sérgio Cabral, Wilson Carlos, propina para o Tribunal de Contas do Estado no valor de 1% dos contratos. Clóvis disse, ainda, que o esquema era desorganizado até a chegada de Wilson Carlos. Antes, as empresas interessadas teriam de negociar pessoalmente com cada conselheiro e que Wilson, que também foi preso, teria organizado, determinando que o dinheiro fosse todo entregue ao presidente Jonas Lopes de Carvalho Filho, que cuidaria da divisão para os demais conselheiros.

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