Brasília viveu, nesta quarta-feira, um dia de terror e cenas de violência extrema durante manifestações contra o presidente Michel Temer. Os prédios dos ministérios da Agricultura, do Planejamento e da Cultura foram invadidos e tiveram registros de incêndios. Documentos e computadores foram revirados, vidraças quebradas e houve diversos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança. Ao todo, sete pessoas foram detidas e 49 pessoas ficaram feridas. Temer decretou “ação de garantia da lei e da ordem”, autorizando a atuação do Exército e da Marinha nas ruas da capital federal.

Todos os prédios na Esplanada dos Ministérios foram evacuados por segurança. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que estava em uma reunião no interior do edifício no momento do incêndio. “Eles colocaram fogo na recepção, danificando as instalações. Ainda não sabemos a soma dos prejuízos, mas é lamentável que as manifestações acabem em vandalismo”, declarou em nota.

No plenário da Câmara, após chegar a notícia da determinação de Temer, parlamentares da oposição e da base do governo começaram a discutir. Maia, que não presidia a sessão, se dirigiu ao microfone da mesa do plenário e confirmou a solicitação a Temer. “A decisão tomada pelo governo tem relação com o que o governo entendeu como garantia da segurança dos manifestantes e outros que estão na Esplanada”. Questionado por jornalistas, Maia disse que havia pedido a atuação da Força Nacional de Segurança, e não das Forças Armadas.

No entanto, após a repercussão do decreto, o governo federal esclareceu que vai revogar o ato assim que a situação se normalizar.

No lado externo da Esplanada também houve mais cenas de vandalismo. Lixeiras, banheiros químicos, abrigos de passageiros, telefones públicos foram danificados, assim como monumentos, como a Catedral Metropolitana e o Museu da República.

Em Campos também houve protesto, mas de forma pacífica. Um pequeno grupo se reuniu na Rodoviária Roberto Silveira, no Centro, para protestar e pedir a renúncia do presidente Michel Temer. Não houve registro de tumultos e nem de retenções no trânsito das ruas próximas.