Reflorestamento da bacia do Rio Doce custará R$ 1,1 bilhão
10/05/2017 18:21 - Atualizado em 14/05/2017 17:13
Tragédia em Mariana
Tragédia em Mariana / Divulgação
Estimativas da Fundação Renova sugerem que o reflorestamento de uma área superior a 40 mil hectares na bacia do Rio Doce terá o custo de aproximadamente R$1,1 bilhão, a serem investidos ao longo de 10 anos. Os trabalhos envolverão um plantio direto em mais de 10 mil hectares, enquanto nos demais 30 mil hectares será conduzida uma regeneração natural. Cerca de 5 mil nascentes também devem receber o plantio de árvores no seu entorno.
A Fundação Renova foi criada para gerir os programas ambientais vinculados à tragédia de Mariana (MG) ocorrida em novembro de 2015. Ela é mantida pela Samarco conforme previsto em acordo firmado entre a mineradora, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.
A tragédia de Mariana ocorreu após o rompimento de uma barragem pertencente à Samarco. Sessenta milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração foram liberados no ambiente, devastando vegetação nativa e poluindo a bacia do Rio Doce. Comunidades também foram destruídas e 19 pessoas morreram. O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país.
Entre os compromissos assumidos pela Samarco no acordo firmado com o poder público, está a recuperação de 2 mil hectares de vegetação impactados na tragédia e, como medida compensatória, de outros 40 mil hectares degradados da bacia do Rio Doce.
Na semana passada, a Fundação Renova fez um workshop onde reuniu mais de 70 especialistas da área ambiental de todo o país. O encontro teve como objetivo levantar informação e conhecimento para a elaboração do plano de restauração florestal da bacia do Rio Doce. Estiveram presentes representantes de órgãos ambientais, de universidades, de organizações não governamentais e do Ministério Público de Minas Gerais e do Espírito Santo. O plano deve ser apresentado no mês de julho.
O representante do Comitê de Bacia do Rio Doce, Henrique Lobo, disse que o cenário de degradação da região é alarmante. “Há praticamente um vazio florestal em nossa região”. Segundo ele, 80% da região é composta por pastagens.
Os trabalhos de reflorestamento da área afetada pela tragédia são acompanhados pelo Comitê Interfederativo, que é composto por diversos órgãos públicos e tem como objetivo fiscalizar os trabalhos de reparação dos danos causados pela tragédia. Sua criação também foi definida no acordo celebrado entre as mineradoras e o poder público.
Até o momento, houve apenas ações pontuais na região de 2 mil hectares afetada pela lama. O trabalho principal consistiu na revegetação inicial com gramíneas e leguminosas para combater a erosão e estabilizar o solo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um dos órgãos que integra o Comitê Interfederativo, o plantio definitivo de árvores nesta área deve se iniciar durante o período chuvoso deste ano, nos meses de setembro e outubro, época considerada mais adequada.
Fonte: Agência Brasil

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