“Bola na trave não altera o placar”. A expressão futebolística pode ser usada como referência a diversos empreendimentos que ficaram pela metade e que ainda não foram resolvidos. É o caso das obras no Parque Julião Nogueira, em Campos. Iniciadas em 2015, fazendo parte do programa Bairro Legal, as atividades foram interrompidas no final de 2016, antes do término do governo anterior. Desde então, os problemas só foram aumentando, e as cobranças já batem à porta do atual prefeito, Rafael Diniz, que havia pedido um período de quatro meses para avaliar a situação em que encontraria o município. Não há previsão para continuidade das obras.
Considerada uma das principais vias do bairro, a rua Arthur Emiliano Costa, não foi asfaltada e tem atualmente um enorme buraco, onde vários motoristas já tiveram prejuízo. Um comerciante que se identificou apenas como Wagner, de 38 anos, coleciona de placas de carros, de tanto juntá-las para entregar aos proprietários de veículos.
— À noite, a gente só ouve barulho de carros perdendo parte do para-choque ou a placa. Tenho umas 50 placas para eu entregar. Sempre vem gente procurar — disse Wagner.
Segundo ele, quando chove, a situação fica ainda pior, por causa da lama. Na rua Francisco Luís Rodrigues, chegou a ser feito o serviço de terraplanagem, mas até hoje o local segue sem ser calçado ou asfalto. Moradores da rua também reclamam de casos de alagamento e vazamento de esgoto. “O estado é crítico. Achamos que a situação ia melhorar, mas está pior. Iniciaram as obras para tapear. Hoje é um bairro isolado, com tudo inacabado. O pouco que foi feito está sendo perdido, por causa da chuva e da lama”, reclamou o comerciante e advogado Antônio José Monção, de 57 anos.
Em nota, a secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana informou que “a intenção é dar continuidade aos trabalhos, mas a prefeitura vem se adequando à atual situação financeira do município, para que as obras possam ser reiniciadas".