Um dia após a crise política intensificar com o presidente Michel Temer alvo de denúncias, o ministro da Fazenda, Henriques Meirelles ainda fala em reformas da Previdência e trabalhista. Por outro lado, pelos corredores do Congresso o ânimo é outro. A suspensão da tramitação das duas propostas, consideradas essenciais à estabilidade econômica pelo mercado financeiro, foi anunciada, em momentos diferentes, pelos respectivos relatores: o deputado Arthur Maia (PPS-BA), no caso da previdenciária; e o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), da trabalhista.
Ferraço disse que diante da crise institucional vivida pelo governo, a tramitação do projeto no Senado está suspensa temporariamente. Antes da divulgação de que o presidente Temer teria sido gravado dando aval à compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, a ideia era apresentar o relatório na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) semana que vem.
— A crise institucional é devastadora. Não tem condição de manutenção do calendário. Primeiro precisamos resolver a crise institucional. Tudo suspenso! — disse o senador, que esperava a votação no plenário até a segunda quinzena de junho.
No início da noite desta sexta, foi a vez de Arthur Maia divulgar uma nota dizendo que não há mais espaço para aprovar a proposta da Previdência no Congresso. Segundo ele, é hora de “arrumar a casa e esclarecer os fatos obscuros”.
“De ontem para cá, a partir das denúncias que surgiram contra o presidente da República, passamos a viver um período crítico, de incertezas (...) certamente não há espaço para avançarmos com a reforma da Previdência no Congresso Nacional”, disse o deputado.