As atenções nesta quinta-feira (1º) giram em torno do lançamento do tão esperado “Mulher-Maravilha” que, a exemplo de todo país, deve atrair grande público em nossa Campos dos Goytacazes.
Trata-se do primeiro longa-metragem solo de uma super-heroína nos cinemas e chega para quebrar qualquer preconceito. Segunda a crítica, foge de fórmulas batidas e traz uma história verdadeiramente empolgante sem descaracterizar os personagens que conhecemos dos quadrinhos.
Gal Gadot continua a mostrar que era realmente o melhor nome para o papel, alguém que será associada ao laço da verdade por décadas, assim como acontece com Lynda Carter, que interpretou a personagem na série dos anos 1970. Depois de protagonizar aquele que é um dos melhores (ou talvez até o melhor) momentos de “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”, a atriz traz a mesma empolgação para as lutas do seu próprio filme. Com sua força e carisma, ela quebra tudo — de maneira metafórica e também literalmente.
Ao lado de Diana, lutando na “guerra para acabar com todas as guerras”, está o oficial da aeronáutica Steve Trevor (Chris Pine). Ele tem uma boa química com a princesa de Temiscira e serve como um contraponto para o idealismo da protagonista, apresentando uma visão mais cética do mundo, determinado a cumprir apenas o seu objetivo e nada mais. Ao longo da trama, os dois aprendem um com o outro e se fortalecem dessa maneira.
Mesmo que largamente ambientado em meio à Primeira Guerra Mundial, um dos maiores conflitos que já assolou a humanidade, o filme encontra maneiras de não sufocar a construção da história de origem da Mulher-Maravilha em meio à grandiosidade do evento. Todos os terrores com os quais ela se depara são eficazes para retratar seus embates internos, ao mostrarem tão claramente o melhor e o pior da humanidade.
A Mulher-Maravilha é uma personagem que, desde sua concepção — por volta de 1940 —, foi criada para triunfar através de conceitos como amor e justiça, muito mais do que por seus punhos. E, para verdadeiramente amar alguém, é preciso conhecer os defeitos do outro. Por conta disso, é só depois de perceber o “problema” do livre arbítrio — em que humanos são igualmente capazes de ações terríveis ou de atos de pura devoção ao “bem maior” — e mesmo assim continuar fiel aos seus próprios princípios, que ela consegue trazer à tona a sua verdadeira força e lutar para preservar a humanidade.
Patty Jenkins, a diretora do filme, consegue retratar as dúvidas e conflitos internos de Diana de maneira brilhante, pois ela conhece a heroína a fundo. Existe um cuidado em seguir um ritmo que mostre todas as mudanças que estão acontecendo na vida dela, sem deixar tudo muito arrastado ou apressado. As mais de 2 horas de projeção não cansam o espectador, nem deixam ninguém perder a empolgação.
“Mulher-Maravilha” dita seu próprio estilo, regras e ritmo, mesmo sendo um filme de origem de super-herói dentro de um universo cinematográfico maior.
Também entram em cartaz hoje os filmes “Amor.Com” e “As Aventuras de Ozzi”. Permanecem em exibição “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” e “Rei Arthur — A Lenda da Espada”. (A.N.) (C.C.F.)