Paula Vigneron
29/05/2017 08:57 - Atualizado em 29/05/2017 13:46
No início da tarde desse domingo (28), os primeiros movimentos do Espaço Versailles chamaram a atenção de quem passava pela Avenida Presidente Vargas, na Pecuária. Motoristas e ocupantes de veículos, que transitavam na via, se concentravam no que acontecia em frente ao local. Do lado de fora, era possível ver os detalhes da decoração de João Ibrahim. Abertas, as portas abertas do salão de festas apresentavam o mundo mesclado em preto e branco com quadros, em pop art, do comunicador Chacrinha, espalhados pela área interna. O apresentador de rádio e televisão foi o homenageado da 26ª Feijoada da Folha da Manhã. Pelo local, mesas, cadeiras, almofadas e sofás, nas cores preta e branca, prontos para proporcionar o conforto dos participantes da festa, que reuniu empresários, políticos, jornalistas e convidados da região.
Este ano, segundo João Ibrahim, a decoração foi construída a partir de misturas: elementos vintage mesclados com pop art e almofadas com estamparias de onça e zebra e veludo enfeitavam o espaço, que contava, também, com peças de madeiras e espelhos. “É por causa do Chacrinha, que tinha tudo misturado. Mas nós fizemos uma mistura de bom gosto. Ficou harmônica”, ressaltou João, cujo tema inspira sua criação. As “Latas de sopa Campbell”, obra de arte produzida pelo norte-americano Andy Warhol, se transformaram em latas de feijoada para a ornamentação do salão.
— Tudo é planejado. Eu idealizo tudo, faço desenhos e tenho o pessoal que executa. No teto, por exemplo, há 1000 orquídeas. São 420 lugares para as pessoas se sentarem. Com puffs e sofás, são mais 300. Temos 350 almofadas de todos os tipos. O carpete, que é um tabuleiro de xadrez, tem 1100 metros. E tudo é cortado. É manual. E qualquer ideia que tenho, eu vou anotando. Eu tinha mais ideias para este ano, mas não deu para encaixar. Vou guardar para a próxima — afirmou.
Responsável pela ornamentação desde a primeira edição da festa, João contou que o planejamento para esta edição da tradicional Feijoada do grupo de comunicação começou no mês de março. Os primeiros detalhes foram passados para o papel antes de serem materializados conforme idealizou o artista.
— Eu vou juntando as ideias. E tem muita coisa nova aqui. A mesa, lá dentro, por exemplo, é diferente. A forração também. Tudo é diferente. Até a colocação do bar no meio, este ano. No ano passado, foi um bar grande, que ficou no fundo. Desta vez, são dois redondos. Todos os detalhes são planejados. E não tem nada repetido. A cor é a mesma, mas não tem nada igual — contou João. A razão das cores preta e branca vem de um padrão dos eventos realizados pela Folha da Manhã, sempre mantendo os tons. “Até os doces e as roupas do pessoal da banda também são pretos e brancos”, destacou.
Para materializar toda a estrutura idealizada por João, nesta edição, foi necessária uma equipe formada por 50 pessoas, incluindo profissionais de forração e floricultura. Segundo o decorador, a montagem do evento, mantendo o padrão, é uma das partes mais difíceis do trabalho, que começou na última quarta-feira (24).
Mas a atuação do artista não terminou até que todos os detalhes estivessem em ordem, durante a abertura do evento, na tarde de ontem. Antes e durante a conversa com a equipe da Folha da Manhã, João caminhava pelo espaço e convocava pessoas que participaram da montagem da festa para os retoques finais. Toda a correria, no entanto, é parte da vida do decorador há 25 anos, quando foi promovida a primeira edição da Feijoada. Na época, ele ainda não trabalhava profissionalmente na área:
— Quando comecei, eu não divulgava meu nome. Fazia por amizade a Diva Abreu Barbosa. Este ano, fazemos 31 anos de amizade. Fernandinho Gomes, que era meu amigo, me apresentou a ela em 1986. Ela me pediu para fazer o “Felisminda, minha nega”. Eu fazia por prazer e não para ter um retorno comercial. Depois, juntamos nossas ideias, que resultaram na Feijoada.