"Vidas Secas" lota sala do Cineclube Goitacá
Celso Cordeiro Filho 25/05/2017 17:48 - Atualizado em 26/05/2017 14:56
Cineclube
Cineclube / Rodrigo Silveira
Diante de um público expressivo, que lotou a sala do Cineclube Goitacá, o escritor e estudante de Direito, Fabbio Bottrel, apresentou, na quarta-feira (24), o filme “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos, baseado na obra homônima de Graciliano Ramos, que recebeu fortes aplausos ao final da exibição. “Esse filme é um marco do Cinema Novo brasileiro e usa uma linguagem bastante fiel ao texto de Graciliano. Mostra, sem retoques, a miséria nordestina, que, em alguns lugares, perdura até hoje”, acentuou Bottrel. A produção é de 1963 e representou o Brasil no Festival de Cannes, na França.
Graciliano conta em “Vidas Secas” a história de uma família de retirantes do sertão nordestino, vítima dos efeitos devastadores causados pelo fenômeno da seca. Este é o drama que Graciliano colocou em sua literatura. O livro é fundamental para se entender a realidade brasileira de 1938, ano da publicação do romance, mas para compreender o que mudou e o que permanece neste intervalo de 80 anos. Para Nelson Pereira a obra de Graciliano é fundamental, sobretudo pela capacidade crítica do escritor e pela análise sociológica que construiu. O cineasta é incisivo: “Graciliano antecipou em sua literatura todos os estudos sociológicos que vieram a seguir, ele faz uma análise científica sobre o flagelo da seca, Graciliano foi um visionário e os estudos das ciências sociais que se seguiram mostraram a importância da sua obra”.
Antes da exibição de “Vidas Secas”, o estudante de Relações Internacionais da Candido Mendes, Paulo Ferreira da Costa Heméritas, apresentou, a convite do produtor cultural Antonio Luiz Baldan, o curta-metragem “Arte ou Vandalismo?”. O documentário de 15 minutos enfoca a problemática envolvendo o grafite e a pichação.

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