Jhonattan Reis
18/05/2017 19:05 - Atualizado em 21/05/2017 20:57
O Cineclube Goitacá exibiu, na noite dessa quarta-feira (17), na sala 507 do edifício Medical Center, no Centro de Campos, “Cinema, Aspirinas e Urubus” (2004). O longa-metragem tem direção assinada por Marcelo Gomes. O apresentador da noite, o cineasta e publicitário Felipe Fernandes, ressaltou que o filme mexe com a questão do estereótipo.
— O alemão tem um estereótipo diferente do que se espera de um alemão daquela época. Inclusive, em um momento ele quase é morto por uma cobra. Dias depois ele encontra uma cobra, pega um galho para matá-la, mas resolve deixá-la viva, demonstrando que não gosta de violência — disse ele, acrescentando:
— Além disso, o alemão vê beleza naquele lugar onde se passa o filme, enquanto o brasileiro, que vive ali e enfrenta dificuldades há tanto tempo, não vê. Então há essa dualidade, do ponto de vista do estrangeiro, conseguindo ver beleza nesse cenário, enquanto o Ranulpho quer fugir dali.
A história do filme se passa em 1942. No meio do sertão nordestino, dois homens vindos de lugares diferentes se encontram. Um deles é Johann (Peter Ketnath), alemão fugido da Segunda Guerra Mundial que dirige um caminhão e vende aspirinas pelo interior do país. O outro é Ranulpho (João Miguel), um homem simples que sempre viveu no sertão e que, depois de ganhar uma carona de Johann, passa a trabalhar para ele como ajudante.
Viajando de povoado em povoado, a dupla exibe filmes promocionais para pessoas que jamais tiveram a oportunidade de ir ao cinema. Aos poucos, surge entre eles uma forte amizade.
Felipe explicou que escolheu “Cinema, Aspirinas e Urubus” por gostar de apresentar filmes nacionais, lembrando que o longa foi escolhido pelo Ministério da Cultura para concorrer à indicação de melhor filme de língua estrangeira no Oscar, em 2007, mas não foi selecionado.
Antes da obra dirigida por Marcelo Gomes, o produtor cultural Antonio Luiz Baldan exibiu o curta-metragem “Bicho Preto Nasce Branco” (2007), dirigido por Ângelo Lima.