Casal Garotinho na lista de Fachin
Arnaldo Neto 12/04/2017 08:50 - Atualizado em 13/04/2017 12:26
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2010 - Assinatura de contrato com Rosinha e executivo da Odebrecht / Divulgação
A deleção do “fim do mundo”, dos executivos da Odebrecht, atingiu políticos com foro privilegiado, com 76 inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mas também foi um duro golpe na carreira de políticos hoje sem cargo eletivo. Fachin determinou o envio, para outras instâncias do Judiciário, 201 petições, entre elas as que envolvem os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Da região, também há políticos sob suspeita de participação em irregularidades, como os ex-governadores Anthony Garotinho (PR) e Rosinha Garotinho (PR), o ex-prefeito de Rio das Ostras Alcebíades Sabino (PSDB), o ex-prefeito de Macaé Riverton Mussi (PDT) e o atual, Dr. Aluízio (PMDB). Os juízes que receberão o material decidirão se abrem ou não inquéritos para apurar os indícios apontados pelos delatores. O ministro ainda retirou o sigilo das delações.
Em Brasília, a divulgação dos nomes que são alvos de inquérito caiu como uma bomba. A expectativa era que a relação “do fim do mundo” só fosse conhecida após o feriado. Entretanto, o Estadão teve acesso aos documentos e pouco depois os nomes dos alvos de inquérito, bem como os dos envolvidos nas petições que vão para as instâncias inferiores foram confirmados pelo STF.
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No total, são oito ministros, 24 senadores e 42 deputados federais investigados. Fachin também autorizou a abertura de inquérito contra o ministro Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho. Três governadores estão nos inquéritos do STF por serem investigados junto a deputados ou senadores.
Entre os alvos de investigação estão os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Outros nomes do Rio sob investigação são os deputados federais Pedro Paulo (PMDB) e Júlio Lopes (PP), além do senador Lindbergh Farias (PT). César Maia (DEM) está no mesmo inquérito do filho. O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB), no mesmo inquérito de Pedro Paulo.
As petições enviadas a outras instâncias atingem 12 governadores, entre eles o do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
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Presos pela Lava Jato, como o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) e o ex-ministro Antônio Palocci são outros que vão aguardar decisões de juízes sobre a instauração de inquéritos.
Ainda do Rio, está citado o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes de Carvalho, que recentemente delatou um esquema de corrupção na corte de contas fluminense. Outro nome é do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (PMDB).
Fachin decidiu atender os sete pedidos de arquivamento feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Um deles é o do senador Romário (PSB). Na lista de Fachin, Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR) são recordistas em número de inquéritos: cinco, cada um deles.
Em março do ano passado, na 23ª fase da Lava Jato, denominada Operação Acarajé, a Polícia Federal apreendeu na casa do ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Júnior uma planilha na qual estão listados pagamentos a mais de 200 políticos. O Benedicto é o mesmo assinou com a então prefeita Rosinha a primeira etapa do projeto “Morar Feliz”. Outro executivo da empreiteira, Leandro Andrade Azevedo também assinou tal contrato. Os dois foram delatores.

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