Segurança na foz em debate
Daniela Abreu 01/04/2017 22:29 - Atualizado em 04/04/2017 12:16
Divulgação
Último encontro do Conselho Comunitário de Segurança, em SJB / Divulgação
O desenvolvimento, fruto principalmente das expectativas em torno do Porto do Açu, levaram a um crescimento populacional, não só para Campos, por melhores condições estruturais, mas também para São João da Barra, sede do empreendimento, e para São Francisco de Itabapoana, município vizinho, à margem esquerda do Paraíba. Com a crise no Estado que afeta as polícias Civil, em greve, e Militar, com efetivo limitado na região, em relação ao crescimento populacional da área de cobertura do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), discutir a segurança torna-se necessário para garantir uma efetividade no combate à criminalidade. Nos últimos meses, assaltos a residências com reféns, furtos de veículos e roubo a transeuntes se tornaram mais constantes nos municípios da foz do rio Paraíba do Sul.
Com grande extensão territorial e baixa densidade demográfica e na divisa com o Espírito Santo, São Francisco de Itabapoana é um desafio ao patrulhamento diário. À frente da 3ª Companhia da Polícia Militar desde dezembro, o capitão Tobias tem seguido o planejamento estratégico traçado pelo comando do 8º BPM. “A gente vem realizando operações diuturnamente, em busca de armamento e fiscalização de veículos. No verão aumenta a circulação de elementos de outras comunidades, mas o trabalho que nós realizamos foi suficiente”, comentou.
Já o comandante da 5ª Companhia da Polícia Militar, em São João da Barra, tenente Carmo, contou que Barcelos é considerada uma área sensível no município. Segundo ele, a prisão recente do chefe do tráfico no local teria gerado uma disputa de território, mas soluções têm sido traçadas pelo comando para sanar o problema.
— A gente está atento a isso. Detivemos recentemente alguns suspeitos de um homicídio que aconteceu há três meses e temos planejamentos, para os próximos meses, para aumentar a segurança em Barcelos — disse o tenente.
Rodrigo Silveira
Tenente coronel Fabiano Souza / Rodrigo Silveira
O comandante do 8º BPM, tenente coronel Fabiano Santos, destacou que o policiamento nos municípios da foz tem sido feito normalmente e da melhor maneira possível. Ele ressaltou que futuramente um batalhão pode ser montado em São João da Barra mediante o crescimento populacional. “Atualmente não vejo dificuldades na atuação em São Francisco e São João da Barra porque temos policiamento lá. Há de se pensar futuramente, quando passar a crise, em montar um batalhão em São João da Barra por conta do crescimento populacional que pode acontecer no município”, destacou.
Sociedade ouvida nas reunião de conselho
Um dos dispositivos que as polícias atuantes na região têm para conhecer as demandas de cada município, são as reuniões mensais do Conselho Comunitário de Segurança. Em São João da Barra, o último encontro discutiu as políticas públicas de prevenção à violência e ações de combate à desordem e à criminalidade. Já em São Francisco, o tema foi a necessidade de reativação do posto de fiscalização da RJ 224, na divisa entre o Rio de Janeiro e Espírito Santo, entre Barra de Itabapoana e praia das Neves, em Presidente Kennedy.
Em matéria publicada no site da Prefeitura de São João da Barra, o delegado titular da 145ª Delegacia de Polícia, Carlos Augusto Guimarães, disse que “é fundamental e imprescindível que seja utilizado, no combate à criminalidade, sistema de monitoramento com câmeras visando coibir atos ilícitos e ajudar na prevenção e elucidação de crimes”.
Já o problema de São Francisco, segundo o presidente do Conselho, Romário Bernardes, tem sido estudado pelos comandantes do 6ª CPA, do 8º BPM e pela comunidade, que se dispôs a ajudar na reconstrução da base para a fiscalização.
— A divisa fica aberta, sem fiscalização. Tudo entra e sai do município e do Estado. Vamos precisar de um esforço coletivo para rever isso — disse Romário.
Quatro assaltos com reféns em dois meses
Entre fevereiro e março desde ano, segundo dados da Folha da Manhã,foram registrados quatro assaltos a residência com reféns nos dois municípios. Em fevereiro, uma família foi feita refém, durante um assalto a residência em Cajueiro e, após buscas, a Polícia Militar conseguiu deter um suspeito e recuperar aproximadamente R$ 7 mil. No início de março, uma casa foi assaltada na estrada da Caixa d’Água, na praia de Santa Clara, em São Francisco de Itabapoana. Os proprietários teriam sido amarrados e cerca de R$ 6 mil foram levados, entre outros pertences.
Folha da Manhã
Delegada da 147ª DP, Ivana Morgado / Folha da Manhã
Na localidade de Cazumbá, em São João da Barra, uma mulher foi feita refém durante um assalto a um comércio, no dia 22 de março e, na última segunda-feira (27), uma família foi feita refém em um assalto a uma casa, em Atafona. Bandidos invadiram o imóvel e também deixaram os moradores amarrados.
Nesses casos, segundo a delegada da 147ª DP, de São Francisco de Itabapoana, Ivana Morgado, a Polícia Civil segue com o trabalho já realizado. “Nós temos um banco de dados que é fornecido à vítima para ver se conseguimos identificar alguns suspeitos, colhemos informações no local, com testemunhas e fazemos diligências”, disse a delegada enfatizando que em São Francisco os crimes contra pessoas são mais comuns do que crimes patrimoniais.
Dados do ISP mostram número de registros
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), em janeiro deste ano foram registrados no município de São João da Barra 14 furtos de veículos, um roubo a estabelecimento comercial, três roubos de veículo, cinco roubos a transeuntes, entre outros. No total de janeiro, 115 registros de ocorrências foram feitos na 145ª DP.
Já em São Francisco, também no mês de janeiro, foram registrados dois roubos a residência, 13 furtos de veículos, cinco roubos a transeuntes, um homicídio, um estupro, entre outros crimes. O total de registros de ocorrências para o mês na 147ª DP foi de 94.
Em fevereiro, na 145ª DP, foram registrados 13 furtos de veículos, um roubo a residência, um estupro, um homicídio, entre outros.
Já na 147ª DP foram registrados cinco furtos de veículos, um rouba a transeunte, entre outros.

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