A suposta contratação do escritório do ex-chefe de Polícia Civil do Estado, Álvaro Lins, para uma devassa na vida de autoridades que investigam o caso Chequinho continua tirando a paz do ex-governador Garotinho. A possibilidade foi levantada na coluna Ponto Final, da Folha da Manhã, no último dia 12 de março. Cinco dias depois, a Polícia do Ministério Público do Rio foi ao apartamento onde mora Garotinho, no Flamengo, Rio, e recolheu as imagens.
No dia 21 de março, ele recorreu ao TRE, através de Habeas corpus, pedindo que não fossem usadas as imagens das câmeras de segurança. Porém, o pedido foi negado pela desembargadora Cristina Feijó.
De acordo com a desembargadora, não está demonstrado o “constrangimento ilegal”, apontado pela defesa, nem a “iminente utilização do material ilegalmente apreendido para novas medidas arbitrárias”. Por estas razões, ela indeferiu o pedido de liminar. O HC ainda irá a plenário para ser apreciado.
A suposta reedição da parceria entre Anthony Garotinho e Álvaro Lins foi apontada pela Folha. Segundo informações, o escritório de Lins, que é advogado, teria sido contratado para uma devassa na vida do juiz Ralph Manhães, do promotor Leandro Manhães e do delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano Júnior, além das famílias dos três.
Por terem participado da operação “Chequinho”, nas eleições municipais de Campos do ano passado, os três foram eleitos por Garotinho como inimigos pessoais.
Alvo das investigações da operação “Segurança Pública SA”, da Polícia Federal, Álvaro Lins chegou a ser preso entre 2008 e 2009, perdeu o mandato de deputado estadual e a carteira da OAB. Ele foi condenado em 2010 a 28 anos de prisão por crime de quadrilha armada. Secretário de Segurança no governo Rosinha, Garotinho também foi condenado.
Já Lins conseguiu de volta sua carteira da OAB, em 2013. No ano seguinte, vazou um áudio onde o ex-deputado pedia a policiais votos a Garotinho para governador. O marido da ex-prefeita Rosinha não chegou ao segundo turno.
Agora, eles estariam próximos novamente, pela investigação das autoridades envolvidas na Chequinho.
A Justiça Eleitoral de Campos determinou que os vídeos de segurança fossem apreendidos para verificar se Garotinho se reuniu com o ex-chefe da Polícia Civil. Na ocasião, também foram cumpridos mandados na Palavra de Paz, empresa que tem Garotinho como sócio. Porém, esses vídeos e os equipamentos retirados foram devolvidos.
Na ocasião, a defesa de Garotinho divulgou nota, contestando a apreensão, mas não se manifestou a respeito dos demais pontos. A assessoria informou que lamentava o equívoco que provocou a apreensão dos equipamentos indevidamente e que eram utilizados apenas para transmissão de seus programas.