Familiares de policiais permanecem em frente a batalhões
Familiares de policiais permanecem em frente a batalhões
Familiares de policiais permanecem em frente a batalhões
Familiares de policiais permanecem em frente a batalhões
Mulheres e mães de policiais militares que estão acampadas há oito dias em frente aos batalhões do Espírito Santo impedindo a saída de viaturas mantiveram o protesto neste sábado (11), esmo após o acordo firmado entre representantes da categoria e o Governo do Estado para o fim da paralisação. Segundo a secretaria de Estado da Segurança Pública, as ruas da Grande Vitória e do interior continuam sem a PM.
Perto das 8h, alguns policiais se aproximaram do portão principal do Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Espírito Santo e fizeram um apelo para que as mulheres desbloqueassem a saída para que pudessem voltar para o policiamento nas ruas. Os PMs disseram que precisavam estar às 8h em seus postos de trabalho porque, caso contrário, seriam punidos.
Às 8h, dezenas de policiais que estavam na rampa de acesso ao batalhão e esperavam para sair retornaram ao prédio do Comando-Geral. Aos gritos de “guerreiros”, eles foram aplaudidos pelas manifestantes. As viaturas do Batalhão de Missões Especiais (BME), elite da PM do estado, também permanecem dentro do quartel.
O governo do Espírito Santo havia anunciado na noite de sexta-feira (10) a assinatura de um acordo com as associações que representam os policiais militares capixabas para suspender a paralisação dos agentes e para que eles retomassem suas atividades neste sábado, a partir das 7h.
Pelo acordo, segundo o secretário Direitos Humanos, Julio Pompeu, os militares não sofrerão sanções administrativas caso voltem ao trabalho, mas o indiciamento de 703 policiais pelo crime militar de revolta não será suspenso. Se condenados, a pena é de oito a 20 anos de detenção em presídio militar e a expulsão da corporação. Esses policiais tiveram o ponto cortado desde sábado (4) e não vão receber salário.
As mulheres dos policiais não participaram da negociação com o governo. No acordo, o governo não concedeu aumento salarial. Na proposta apresentada pelas mulheres, elas pediam 20% de reajuste imediato e 23% de reajuste escalonado.
A aposentada Carmen Pesse, 57 anos, mãe de um policial militar de 41 anos, que está há 19 anos na corporação, disse que as mulheres vão continuar na luta por melhores salários para os PMs. “As entidades de classe não estavam na organização. É um movimento de mulheres e familiares. O governador não poderia chamar as entidades para negociar sem a nossa presença. Se essas entidades realmente estivessem lutando por seus associados não precisava os familiares estarem entrando nessa luta. Quando nós, mulheres, decidimos vir para essa luta, a gente sabia que ia enfrentar muita coisa. Estamos preparadas”, disse Carmen.
Ônibus voltam a circular na região metropolitana de Vitória
Os ônibus voltaram a circular na manhã deste sábado (11) na região metropolitana de Vitória. A circulação foi interrompida na quinta-feira (9) pela manhã devido à falta de segurança gerada pela ausência de policiamento nas ruas em função da paralisação dos policiais militares.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo, os veículos vão rodar das 7h às 17h apenas entre os terminais de ônibus. O presidente do sindicato, Edson Bastos, informou que as Forças Armadas garantiram à categoria que estarão fazendo a segurança nos terminais e no percurso de “áreas mais críticas”. “Haverá no meio do percurso soldados da Força Nacional realizando blitz dentro dos ônibus”, disse Bastos.
Ele afirmou que a situação poderá mudar, caso a paralisação da Polícia Militar termine. “Também garantimos o pagamento dos nossos dias não trabalhados”, acrescentou.
Ministro faz apelo a policiais do ES
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, fez um apelo para que os policiais militares retornem ao trabalho. “Fazemos um apelo aos bons policiais, praças, oficiais e comandantes, que honrem suas fardas, seu juramento, e venham para as ruas para defender o povo”, disse o ministro, após reunião no 38º Batalhão de Infantaria, em Vila Velha.
Segundo ele, o governo federal dará total apoio às decisões do Governo do Estado para encerrar a paralisação. “Vamos assegurar de forma inflexível e determinada este apoio. As reivindicações são justas, mas o limite da legitimidade e da justiça da reivindicação é a vida, a proteção da sociedade. Não se pode aceitar nenhuma reivindicação que coloque em risco a sociedade. Isso é inaceitável e não será aceito”, afirmou Jungmann.
Para o ministro, os policiais parados estão contribuindo para o aumento da criminalidade no estado. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo, foram registrados 137 homicídios desde o dia 4 até a manhã deste sábado. “A determinação do presidente da República é de envolver os recursos necessários e o tempo necessário até a retomada da normalidade. Podem ter certeza: não vamos vacilar”.
Jungmann está acompanhado do ministro do Gabinete Institucional, general Sergio Etchegoyen; do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy; e do ministro interino da Justiça, José Levi. Eles foram ao ES acompanhar os desdobramentos da Operação Capixaba, que emprega 3.130 homens das Forças Armadas e da Força Nacional em apoio à situação de falta de segurança no estado.
A comitiva de ministros seguiu para encontro com o governador do estado licenciado, Paulo Hartung, e o governador em exercício, César Colnago, na residência oficial do governo em Vila Velha.