O resultado ruim nas vendas de carros de janeiro não assustou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Ao divulgar os resultados do setor do primeiro mês de 2017, a entidade se revelou frustrada com a queda, mas não se deixou abalar, prevendo que o mercado automotivo deve mostrar uma reação em março, quando as vendas devem começar a subir.
“Janeiro frustrou um pouco as nossas expectativas: o ano começou meio lento; não foi um impacto muito forte, mas é uma queda”, explica Antonio Megale, presidente da Anfavea. Os dados de emplacamento da Fenabrave dizem que o mercado recuou 4,07% em comparação com janeiro passado. Já a Anfavea fala que as vendas de carros caíram 5,2% na mesma comparação com 2016.
Não podemos excluir o fato de que o pior período de vendas do ano sempre é o primeiro bimestre, por pegar os meses em que os clientes estão sem dinheiro por culpa dos gastos de fim de ano. “Ainda é um pouco cedo para prever fevereiro, mas os primeiros dias não foram ruins. O que podemos esperar é um cenário de estabilidade ou de uma queda menor do que os 5% que tivemos em janeiro”, afirma Megale.
Antes de crescer, o mercado terá que estabilizar. Essa é a expectativa de Megale para fevereiro. “Há uma tendência muito clara de redução [da queda], lembrando que a base do ano passado não é muito boa, é baixa e, antes de qualquer crescimento, vamos chegar a uma estabilidade das vendas. Este é o caminho para o qual estamos evoluindo”, completa. Após parar a queda, março deve começar a mostrar como será o ano de 2017.
Otimismo
É difícil ser otimista nesse cenário. Foram vendidos cerca de 147,2 mil veículos, o pior resultado para janeiro desde 2006. Isso pensando que o mesmo mês de 2016 havia recuado 33% em comparação com 2015. Ainda assim, a Anfavea acredita em melhora no mercado. Megale cita a liberação dos saques das contas inativas do FGTS e a expectativa de safra recorde comece a movimentar o cenário econômico.
“Com certeza, estes fatores aliados a outros pontos positivos vão trazer uma movimentação maio e com isso esperamos que comece a existir atividade econômica mais robusta; que o desemprego comece a diminuir, que as pessoas ganhem mais confiança e que a gente comece a virar essa roda para o lado positivo. Devemos ver isso já no segundo trimestre”, afirmou Megale.