A prefeita Carla Machado (PP), de São João da Barra, foi entrevistada na tarde desta segunda-feira (13) no RJ InterTV 1ª Edição, no quadro "E agora, prefeito?". Um telespectador questionou se ela se arrepende de ter participado da negociação do governo do Estado para instalação do Porto do Açu, do empresário Eike Batista, na cidade. Carla comentou o assunto, que tem movimentado discussões, pela primeira vez. A prefeita disse que não tem conhecimento sobre nenhum tipo de negociata com o Estado, mas assegura que na sua gestão, enquanto prefeita, não houve nenhuma negociata no campo municipal com Eike Batista. O empresário e o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) estão presos. Segundo denúncia, Eike pagou US$ 16,5 milhões de propina a Cabral em troca de facilidades no Estado. O pagamento ocorreu durante o período de instalação do Porto em SJB. Segundo a revista Veja, o Porto do Açu foi a contrapartida de Cabral a Eike. Confira a resposta de Carla ao questionamento:
“Boa pergunta. Inclusive, foi questionado a questão do título de Barão de Eike Batista. Estou na política há mais de 20 anos e desde 1996, quando eu estava na Câmara Municipal como vereadora, era um sonho do sanjoanense ter um porto aqui, até por conta do nosso calado. Passou-se gestões do Estado, foi oferecido a Petrobras, que não quis investir. E tem que dar a César o que é de César: a coragem, a ousadia, do empresário Eike Batista de ter feito dentro do Norte Fluminense um empreendimento privado do porte que é o complexo porto indústria do Açu. Na minha época enquanto prefeita eu tive mais de R$ 130 milhões em compensação ambiental e social, construção de estradas, rede de abastecimento de água, a Vila da Terra, terminal pesqueiro, ajuda para compra de equipamentos para agricultura, viaturas de polícia, doadas para a Polícia Militar e Polícia Civil, dentre muitas outras situações. Então, eu dei o título de Barão porque acho que foi merecido. Agora, se o empresário Eike Batista teve erros, teve alguma negociata com o governo do Estado, não é do meu conhecimento. Tenho certeza que negociata não houve no campo municipal, na minha gestão, onde o município alavancou e hoje é alternativa de desenvolvimento e crescimento não só de SJB, mas de toda região Norte e Noroeste Fluminense. O único envolvimento que eu tive, porque o município não dá licença ambiental, foi a transformação das terras que antes eram rurais em áreas industriais, o que agrega também valor a terra”.