A morte de uma menina de seis anos, no último domingo, em Itaperuna, cidade que está na área de bloqueio epidemiológico da secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, contra a chegada da febre amarela, gerou uma investigação do município quanto à real causa do óbito. A criança foi levada à Upa-Itaperuna, no último sábado, com febre, vômito e dores abdominais. Ela foi atendida e liberada. No dia seguinte, retornou à unidade, onde morreu após mal súbito. Segundo a secretaria de Saúde do município, o caso foi tratado como infecção, de acordo com exames preliminares, mas amostras foram enviadas ao Laboratório Central Noel Nutels, para definição da causa da morte. Apesar da preocupação da população e de órgãos de saúde, nenhum caso de febre amarela foi registrado no estado do Rio.

Em nota, que detalhou a evolução do quadro clínico da menina, a secretaria de Saúde de Itaperuna, que já recebeu as doses do Estado para imunização, disse que “os exames laboratoriais sugeriam infecção. Dentre as possibilidades diagnósticas encontra-se uma provável síndrome infecciosa grave. Exames de laboratório foram coletados e enviados para análise no Laboratório Central Noel Nutels no Rio de Janeiro com o objetivo de melhor definir a causa da morte”.

O surto de febre amarela silvestre, que atinge a região sudeste do Brasil, já contabiliza 32 mortes confirmadas pela doença em Minas Gerais e outras 83 suspeitas. No Espírito Santo, 37 cidades que fazem divisa com Minas investigam casos suspeitos da doença, um deles já foi confirmado.

Diante da possibilidade de expansão do vírus para o Rio, a secretaria de Estado de Saúde iniciou ontem a distribuição de vacinas para realização de um bloqueio epidemiológico, com intensificação em municípios das regiões Norte, Noroeste, Serrana e Centro Sul, não sendo necessária a imunização de toda a população.

Em Campos, somente a área norte do município será totalmente vacinada, assim como pessoas com viagens marcadas para os Estados vizinhos, onde há incidência da doença. Quem viajar de carro ou ônibus ou estiver chegando de viagem, deverá apresentar documentos como comprovante da residência, comprovante de reserva em hotel, bilhete de pedágio ou passagens compradas para receberem a vacina.

Quanto aos moradores de localidades na área norte do município, a secretaria municipal de Saúde informou que participará de uma reunião com a secretaria de Estado na qual “serão definidas estratégias de bloqueio contra a febre amarela. A partir desta reunião poderão ser divulgadas as medidas efetivas de combate à doença”.

Na última segunda, entidades médicas de Campos divulgaram uma carta alertando para a possível expansão da doença para o litoral do Espírito Santo e chamando a atenção para a proximidade com Campos. Como grande centro urbano, o município do Norte Fluminense pode estar na rota de possíveis pessoas infectadas no Estado vizinho.