A paralisação de 72 horas dos policiais civis do Estado do Rio de Janeiro terminou às 8h desta sexta-feira (20). No entanto, a categoria inicia nova paralisação nesta sexta, mas, a princípio, segundo profissionais de Campos, por tempo indeterminado. Nas delegacias ainda estão sendo feitos apenas flagrantes e remoção de cadáver — serviços considerados essenciais.

Os policiais informaram que as investigações que estavam em curso estão paradas. Já profissionais da secretaria de Administração Penitenciária (Seap) encerraram paralisação.

As 72 horas começaram às 8h da última terça (17) por conta de falta de recebimento do salário de dezembro, do 13º, do Regime Adicional de Serviço (horas extras) e dos prêmios por cumprimento de metas de segurança.

O Estado realizou o pagamento de dezembro na quarta (18) — assim como de outros servidores da área da segurança —, mas não deu previsão em relação aos outros direitos pendentes. Segundo o sindicato da categoria, o trabalho só volta ao normal quando todos os pagamentos forem efetuados aos trabalhadores. Na segunda (23), o sindicato se reúne para definir os próximos passos.

Com as paralisações, policiais civis relataram sobre condições de trabalho. “As nossas condições: chão soltando e com buracos, fiação exposta, banheiros em más condições, impressoras com problemas, viaturas sem funcionamento e sem vistoria há seis anos. É só um pouco do que a gente convive”, disse um policial civil que preferiu ter a identidade preservada.

Outro policial comentou que empresas estão ajudando as delegacias com serviços. “Na de Guarus, por exemplo, já consertaram a porta de entrada, que estava há vários meses quebrada, resolveram problemas elétricos e fizeram manutenção no ar condicionado”, relatou.

Em nota, a Polícia Civil informou que "as unidades estão atendendo as emergências e casos complexos normalmente. Para as demais hipóteses, foi disponibilizada a confecção do registro de ocorrência através da Delegacia on line, acessando o link https://dedic.pcivil.rj.gov.br".

Seap — A paralisação dos agentes penitenciários, prevista para acabar dia 30, foi encerrada na tarde de quinta-feira (19). A decisão foi tomada em assembleia da categoria. Os profissionais retornaram ao trabalho nesta sexta (20). Em Campos, na última quarta (18), houve um “princípio de tumulto entre presas de duas celas” e grande movimentação de familiares de detentas em frente ao presido feminino Nilza da Silva Santos por conta da suspensão das visitas, já que, com a paralisação, apenas serviços considerados essenciais foram mantidos.

Os agentes receberam pagamento de dezembro esta semana, mas, até o fechamento desta matéria, estariam sem receber 13º e horas extras.