Lendas de Macaé, exposições, histórias de prefeitos e mostras de esculturas e desenhos foram disseminadas para 32 alunos com idades entre 8 e 11 anos, da Escola Municipal Professor Antonio Alvarez Parada (Imbetiba), na quarta-feira (30), em Visita Guiada no Solar dos Mellos — Museu da Cidade de Macaé. O professor de história Bruno Rodrigues, conduziu o grupo, que aprendeu sobre Educação Patrimonial, conhecendo um pouco mais de patrimônios materiais, imateriais e naturais, entre outras atividades culturais.
Para a professora dos alunos, Flávia Rosário Garcia, a atividade foi importante porque resgatou a história de Macaé, sendo uma oportunidade eficaz para os alunos vivenciarem uma parte significativa da cultura. Eles gostaram mais das roupas de época, usadas pelo ex-prefeito Coronel Sizenando, que administrou o município em duas gestões: de 1924 a 1927 e de 1929 a 1930.
Também se entusiasmaram com quatro lendas macaenses, provenientes do litoral e da serra do município e com esculturas, pinturas e desenhos exibidos em três salas do Museu da Cidade de Macaé.
O macaense que presidiu o país entre 1925 e 1928, Washington Luiz, tem um auditório no Solar com seu nome. No local, Bruno Rodrigues explicou quesitos sobre o memorialista e professor Antonio Alvarez Parada, o Tonito (1925-1986), que deixou uma vasta obra em prol da memória e da história de Macaé.
— Ele era amigo de Cesar Mello e frequentava esta casa, junto com o advogado e historiador Godofredo Tinoco e a escritora Mariná Sarmento. Eles conversavam sobre a cidade e o país, referindo-se aos seus rumos políticos, econômicos e sociais — conta.
No salão dedicado aos ex-prefeitos, as crianças verificaram documentos que puseram no papel a instituição da cidade em sua origem: 29 de julho de 1813. Eram guardados em caixa (também exposta), feita especialmente para isso, na época do ex-prefeito, Dr. Télio Barreto, gestor da cidade em duas administrações: entre os anos de 1937 e 1944. Ele dá nome à rua que liga os bairros do Centro e Aroeira. Quadros, relógios e outros pertences desse homem público também se encontram à mostra.
Vídeo foi utilizado explicando também o que é Educação Patrimonial segundo quatro entrevistados. Eles disseram que isso tem amplo significado: “cultura, música, expressões populares, respeito ao patrimônio público, ato ou efeito de conservar bem o que é de todos: a história e as memórias coletivas”.
Diferenças entre os diversos patrimônios
Bruno Rodrigues ainda elucidou esse público infantil sobre a diferença entre os patrimônios materiais, imateriais e naturais. “Patrimônio Histórico Material são os prédios, documentos, objetos de valor para a memória e a história de um povo. Já o Patrimônio Imaterial são as lendas, histórias, procissões e festas religiosas, como a do padroeiro de Macaé (São João Batista). O Patrimônio Natural refere-se, em nossa cidade, ao Pico do Frade, Arquipélago de Sant’Anna, Rio Macaé, Parque Atalaia e outros”, ensina.
Em outra sala, há menção a Macaé em três tempos: Colônia, Império e República. Nela, também estão disponíveis a turistas e curiosos, além de estudantes e professores, cadeiras utilizadas na antiga estação de trem da cidade, o instrumento musical clarineta, numa referência às sociedades musicais Lyra dos Conspiradores e Nova Aurora, e quadros da artista plástica Lecy Navega. Um deles mostra o Colégio Estadual Matias Neto, que foi construído inicialmente para ser um Hospital.
Há também espaço para retratar a figura do macaense Álvaro Marins, popularmente conhecido em meados do século XX, em todo o país, como Seth. Livro antológico escrito por ele, intitulado “O Brasil pela Imagem”, além de seis quadros com seus desenhos. (A.N.)