O chuvisco, doce português que referencia a cidade de Campos no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil volta a ser tema de pesquisa e filmagem. Neste domingo (13), uma equipe da Z3 Filmes, estará em Campos para realizar uma reportagem e filmagem sobre o doce.
A equipe entrevistará o jornalista Paulo de Almeida Ourives, que coletou e apresentou trabalho sobre o chuvisco na VI Conferência Brasileira de Folkcomunicação, realizada em São João da Barra, em 2003.
O trabalho folkcomunicacional do jornalista foi o primeiro no ramo culinário e culminou por chamar a atenção da imprensa nacional e de outros pesquisadores para esse viés do folclore nacional.
De acordo com Paulo Ourives, o chuvisco é um doce português, que saiu dos conventos portugueses e agradou o paladar da realeza de Portugal. A história do chuvisco e do Brasil, se confundem pelo aspecto econômico, “uma vez que até meados do século XVIII, não havia galinhas no Brasil, conforme consta em uma carta de um colono para o Rei de Portugal”.
Do Palácio, no Rio de Janeiro, para Campos, o doce certamente foi trazido por uma das inúmeras famílias de descendentes da nobreza portuguesa que residia nesta planície. A receita foi então passada de geração à geração, até que um dia, Nise Teixeira de Vasconcelos conhecida como “Mulata Teixeira”, a doceira mais famosa de Campos no século passado, resolveu comercializar a sua produção.
Em um vídeo produzido em 2003, o ex-vereador Roberto Ribeiro, ele revelou que o ex-presidente Getúlio Vargas, quando esteve em Campos, chegou a provar do doce e fez diversas encomendas do produto. Ribeiro afirmou ainda que todas as vezes que os campistas iam para o exterior acabavam levando o doce, que passou a ser uma referência de Campos e do Brasil.
O jornalista Paulo Ourives acrescenta que “há no Brasil, apenas duas cidades que possuem referências a fabricação de doces à base da gema de ovos, Campos dos Goytacazes e Pelotas, no Rio Grande do Sul, onde há inclusive um festival anual”. (A.N.)