São Francisco de Itabapoana, 19 anos. E muito mais de História .
Murilo Dieguez 16/01/2014 19:20
[caption id="attachment_4342" align="aligncenter" width="300" caption="São Francisco de Itabapoana _ RJ - 19 Anos "][/caption]" São Francisco de Itabapoana comemora, no próximo sábado (18/01), 19 anos da emancipação político-administrativa. A Missa Solene abre as atividades, a celebração será às 9h, na Igreja Matriz do Padroeiro São Francisco de Paula, em seguida acontecerá a solenidade Oficial na sede do Executivo. A cerimônia está prevista para ter início às 10h, com formação da Guarda Civil Municipal e da Guarda-Bandeira do 56º Batalhão de Infantaria. Na sequência, execução do Hino Nacional e do município e hasteamento das bandeiras nacional, estadual e municipal. Também haverá momento de oração com o Pastor Ademir Ramos, da 1ª Igreja Batista de São Francisco, e do padre Lucas, Pároco da Paróquia de São Francisco de Paula, além de pronunciamento das autoridades e concessão de homenagens.(Ascom_PMSFI)
" Não se conta uma história partindo do seu meio, mas sim do seu princípio ".... { Roberto Achuche }
A História do Município.
O município de São Francisco de Itabapoana pertencia à Capitania de São Tomé, também conhecida como Paraíba do Sul. Inicialmente, teve como donatário Pero de Góis da Silveira, a partir de 1536, que povoou a localidade através da implantação de um núcleo onde originalmente era habitado por índios Goitacaz. (TCE-RJ, 2003; IBGE, 2010). Ainda segundo a mesma fonte, a partir da celebração de um acordo com nativos da tribo dos Goitacazes foi possível a realização da primeira plantação de cana-de-açúcar às margens do Rio Itabapoana. Porém, por causa de conflitos com as tribos coroados, ao norte, e os próprios Goytacaz, ao sul, o cultivo foi interrompido. Outras tentativas de retomada do plantio da cana foram realizadas, mas não conseguiu progredir, novamente, devido aos constantes ataques indígenas. (TCE-RJ, 2006; IBGE, 2010). De acordo com as fontes consultadas, a região de São Francisco de Itabapoana só foi definitivamente ocupada a partir da chegada de bandeirantes que propiciaram a aglomeração de pessoas e edificaram uma capela dedicada a São João Batista da Barra. A partir desse período, o núcleo urbano da localidade foi elevado à condição de freguesia em 1644, o que permitiu maior desenvolvimento para a lavoura canavieira. (TCE-RJ, 2003; 2006). Os mesmos estudos atestam que apenas durante década de 1670 a freguesia conseguiu sua autonomia, passando a chamar-se São João da Praia do Paraíba do Sul, sendo anexado à Capitania do Espírito Santo em 1753. Essa situação só foi modificada em 1832, quando retornou à Província Fluminense. Com a Proclamação da República, em 1889, seu território passou a pertencer ao município de São João da Barra, sob denominação de ?Sertão Sanjoanense?. (TCE-RJ, 2003; 2006) Somente no ano de 1995, que São Francisco de Itabapoana adquiriu sua autonomia político-administrativa, em face da edição da Lei nº. 2.379, de 18 de janeiro, desmembrando-se do município de São João da Barra, configurando-se no segundo maior município do Estado do Rio de Janeiro em extensão territorial. Sua instalação foi efetivada em 1º de janeiro de 1997. (TCE-RJ, 2003; 2006)(Blog Nó Guaxindiba)
A História da Emancipação por Roberto Acruche - Não se conta uma história partindo do seu meio, mas sim do seu princípio, e a história da emancipação de São Francisco de Itabapoana, tem um início; um início que antecede inclusive a vontade de muitos dos que participaram do processo de sua oficialização. Este sonho emancipacionista, começou efetivamente no final dos anos de 1960 e efetivamente a partir dos anos de 1970, quando alguns acontecimentos contribuíram sensivelmente para isso: (anos 60) – A mudança do trajeto da estrada São Francisco/Gargaú, passando pelo litoral, proporcionando a ocupação da orla, hoje interligando as praias de Sossego, Sonhos, Santa Clara e Gargaú, que viabilizou (antes praticamente desconhecido) desenvolvimento do potencial turístico, com o lançamento de loteamentos, inúmeras construções para veraneio e surgimento da rede hoteleira. – A criação da Cooperativa dos Pescadores (1969), que deu o primeiro passo para o crescimento e fortalecimento das atividades pesqueiras, atraindo para o setor uma parcela considerável da população. Que hoje, mesmo com as conhecidas e reclamadas dificuldades, da falta de investimentos e de infra-estrutura adequada, a pesca, é uma fonte importante da economia municipal. Vários frigoríficos estão em funcionamento, peixarias, fábricas de gelos, estaleiro, oficina de consertos de embarcações e motores. - O crescimento da lavora canavieira, da pecuária de corte e leiteira, da fruticultura, base principal da economia municipal, também fortalecidas pela Cooperativa dos Plantadores de Cana, Cooperativa de Crédito (COOPERCREDI), Cooperativa dos Produtores de Leite (COOPERLEITE) e da Cooperativa dos Fruticultores: Cooperativa dos Produtores de Abacaxi e COOPERFRUTI, esta a partir de 1983, estimulando o plantio diversificando a produção frutífera. Exercendo todas elas um papel bastante significativo. (Anos 1970) – apesar de fundada em 1969, no início de 1970 foi inaugurada a rede de eletrificação da CERSAN – então denominada Cooperativa de Eletrificação Rural Sanjoanense Ltda., levando energia elétrica aos lares, comércio, propriedades rurais, indústrias, implantando a iluminação pública, melhorando sensivelmente as condições de vida da população. Foi o cooperativismo, mesmo com todos os autos e baixos, a verdadeira alavanca do desenvolvimento da região. - Em 1978 – A inauguração do asfaltamento da atual RJ-224, trecho Travessão de Campos/São Francisco. -Em 1978 – Inauguração da Agência do BANERJ – Banco do Estado do Rio de Janeiro em São Francisco. -Em 1979 – Inauguração da Agência do BRADESCO – Banco Brasileiro de Descontos em Praça João Pessoa. -Em 1981 – Inauguração da Agência da Caixa Econômica Federal em São Francisco e do Posto Avançado do Banco do Brasil. -Em 1984 - Asfaltamento do trecho da RJ-224 de São Francisco/Praça João Pessoa. -Em 1990 - Asfaltamento da RJ-224 trecho Praça João Pessoa/Barra do Itabapoana. Entre outros fatores, tudo isso fez elevar e dinamizar o comércio de toda região, como os demais e diversos ramos de atividade, sendo aprimorado o abastecimento, a produção de riqueza, o escoamento da produção fortalecendo a economia. A partir daí, que o velho desejo de emancipação começava a ficar mais forte. Na medida em que crescia a economia em todos os setores e melhorava a infra-estrutura da região, este sentimento aflorava. Faltava a o amadurecimento da idéia e de condições políticas, ainda muito difíceis, começando a deslumbrar a partir da Constituição de 1988. - Após as eleições municipais de 1988, também com o novo texto constitucional em vigor, deu-se início efetivo ao movimento emancipacionista. As condições políticas tornaram-se propícias, eram outras, entre elas a nova composição da Câmara Municipal de São João da Barra, formada com a maioria de Vereadores oriundos do então chamado "Sertão", inclusive detendo a Presidência do Legislativo, graças a um desentendimento ocorrido entre as forças políticas do outro setor municipal; entendia-se, ser aquele o momento ideal para dar corpo ao movimento, que iniciou com uma reunião realizada na sede da Associação de Moradores das Praias de Santa Clara –AMPRASC, reunindo ali Vereadores, Líderes Políticos, Líderes Comunitários, entre outros. Formava-se então a Comissão para Coordenar o movimento de emancipação. Poucos dias depois aconteceu uma reunião pública, aberta, na Praça de São Francisco de Paula, quando se manifestaram várias lideranças e autoridades. -Estava assim instalado o movimento de emancipação, que: a) Criada a Comissão, foi indicado para presidi-la o Vereador Nirval Ornelas Ferreira. b) A Comissão (não mencionando aqui detalhes) passou ao Deputado Estadual Djanir Azevedo os elementos para a formalização do processo na ALERJ- Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. c) O processo caiu em exigência por falta de complementação de dados e documentos necessários a sua tramitação e por essa razão ficou arquivado por certo tempo. d) Alguns detalhes: Não conseguindo se eleger prefeito da cidade de Campos dos Goytacazes nas eleições, após duas tentativas, e vendo as suas dificuldades para realizar esse seu maior sonho, o Deputado Estadual José Antônio Barbosa Lemos, que era filho do "sertão" resolveu buscar, sustentando-se no clima de emancipação existente no Estado a fonte para uma nova estratégia política, que foi muito bem montada e inteligentemente usada; e através do seu assessor Luiz Carlos Paes Abílio, injustamente muito pouco citado, que possuía forte dom de persuasão e bom articulador, procurou o presidente da Comissão de Emancipação, Nival Ornelas, tendo em vista que o autor do processo Deputado Djanir Azevedo não mais integrava a aquela Assembléia, (vou eximir os detalhes) para que fosse passada ao Deputado Barbosa Lemos a missão de reativar o processo. O que acabou, após entendimentos políticos, ocorrendo. Em 1993 – Regularizada a documentação, também com o esforço do Abílio, a Assembléia Legislativa, através de parecer favorável da Comissão de Assuntos Municipais de Desenvolvimento Regional, aprovou no dia 27 de maio de 1993 a realização do plebiscito, que acabou sendo realizado no dia 13 de março de 1994 com a vitória do "sim" (pela emancipação), o que foi antecedida por uma campanha de mobilização e conscientização, da qual participou todas as correntes políticas, fato histórico, já que pela primeira vez se posicionaram num mesmo palanque políticos da situação, oposicionistas e antigos adversários. No dia 18 de janeiro de 1995, o Governador Marcelo Alencar, sancionou a Lei nº 2.379/95, publicada no diário oficial em 19/01/1995, que cria o Município de São Francisco de Itabapoana a ser desmembrado do Município de São João da Barra Fonte: Roberto Pinheiro Acruche Por Zé Armando Barreto

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